dezembro 29, 2007

Something for Nothing

Minha mensagem de final de ano é mais uma letra de música. Acho que diz bastante do que foi o ano e das escolhas que cada um de nós fazemos ao longo de nossa vida. Tudo tem o seu preço, e que 2008 ofereça os frutos de suas escolhas plantadas em 2007.

Um feliz 2008 aos amigos, e que os inimigos se mantenham inteiros para que testemunhem nosso sucesso!

Abraços!

Something for Nothing

Letra: Neil Peart
Música: Geddy Lee

Waiting for the winds of change
To sweep the clouds away
Waiting for the rainbows end
To cast its gold your way
Countless ways
You pass the days

Waiting for someone to call
And turn your world around
Looking for an answer to
The question you have found
Looking for
An open door

You don't get something for nothing
You don't get freedom for free
You won't get wise
With the sleep still in your eyes
No matter what your dreams might be

What you own is your own kingdom
What you do is your own glory
What you love is your own power
What you live is your own story
In your head is the answer
Let it guide you along
Let your heart be the anchor
And the beat of your own song

dezembro 23, 2007

Barbacena = Feijoada!!!

Olha que coisa mais linda, mais cheia de graça!!! Obrigado, Rita!!!


Abraço!

dezembro 22, 2007

Escondidinho...

... de carne com queijo, em algum boteco de Belo Horizonte. Excelente!


Abraços!

dezembro 21, 2007

Do Orkut

"Sorte de hoje: Você terá uma velhice muito confortável."


Resposta: velho é a senhora sua mãe, Orkut filho de uma égua!!! Eu tenho 30, viu? 30 anos, TRINTA!!!!

Abraços, em um instante de fúria.

dezembro 12, 2007

dezembro 11, 2007

Busão AA907

Miami, 18:15hs, horário local. Primeiro um aglomerado de pessoas em torno do ponto de embarque. Todas falando alto, carregando pacotes imensos, bronzeados, suados. A cena era familiar, em algum sentido: parecia um ponto de ônibus destes de grandes cidades do Brasil. Só era diferente por causa de um pessoal no "ponto" de embarque, que insistia, por algum motivo, em falar inglês.

Sim, estava no aeroporto internacional de Miami, pronto para voltar ao Brasil. Aos poucos, outras diferenças apareciam, ao menos na comparação com um ponto de ônibus tradicional. Por exemplo, a mulher, na casa dos seus 40, com passaporte do Paraguai, dando escândalo no meio do aeroporto, porque o marido, um senhor já com idade, não teria comprado/conferido alguma coisa na passagem. A mulher devia ter duas próteses de silicone do tamanho de uma bola de futebol americano, e usava (deve ser mania de nossos hermanos) uma blusa imitando pele de onça. Entretanto, toda a produção não era suficiente para disfarçar a idade e a origem.

Também estava por lá uma garota por volta de 20/25 anos, com um senhor de idade avançada que não poderia ser nem seu avô. Ela, carregando um urso de pelúcia pelo saguão, o urso quase do tamanho da Chris. E, para desespero de todos os passageiros, tentando, mais tarde, encontrar espaço para o urso em meio à classe econômica... que alegria!!!

Não poderia faltar, óbvio, as tradicionais sacoleiras, com maridos à tira-colo que aproveitam esta época do ano para ficar nas piscinas e praias da cidade (e sei que é isto, porque as mulheres apresentavam um tom de pele bem mais claro, menos bronzeado, que eles). Elas falando dos preços de câmeras digitais, cosméticos, roupas; eles, dos drinques, cervejas e jogos na beira da praia.

Mas as diferenças em relação aos pontos de ônibus no Brasil param por aí. Bastou anunciar que os passageiros seriam chamados para se formar a tradicional fila de entrada. Mesmo que a American Airlines (e qualquer outra empresa aérea) chame primeiro idosos, gestantes, mulheres com crianças de colo e clientes de cartões preferenciais, lá estava a fila de passageiros esperando para entrar. Fila esta que logo se transformava em amontoado em frente ao portão, talvez do pessoal com medo do avião partir sem que eles estejam dentro. Sabe como é: o busão, digo, avião, vem lotado do outro ponto, e se eu perder este, só chego em casa três horas depois. Não adianta saber que o nome está na lista de passageiros confirmados: tem que fazer o amontoado para entrar no busão/avião de uma vez!!!

Dentro do avião, não poderia faltar o tiozão, que, com a sua família, tentou embarcar com uma bagagem "de mão" que tinha quase a minha altura (e largura), e tentando colocar a sacola no bagageiro superior do vôo!!! Por mais que o cara tentasse, e que a fila atrás dele com pessoas esperando para passar crescesse, ele não conseguia colocar a bagagem no compartimento. Chega o funcionário da empresa, muito atencioso, e sugere que a bagagem vá na parte da frente, com a tripulação. E o nosso prezado senhor insiste: a sacola cabe no compartimento, é só uma questão de jeito!!! Depois de muita insistência, a sacola é levada para junto da bagagem da tripulação.

Sim senhores, o aeroporto e o avião transformados em ponto de parada para ônibus. Você sabe que está chegando no Brasil quando...

Abraços!

dezembro 08, 2007

Roteiro

Ok, os mais próximos já estão sabendo, e agora registro para o resto dos meus 9 leitores. O roteiro para a minha passagem pelo Brasil será o seguinte:
  1. Dia 9/12/2007: embarque em Miami para o Brasil (SP/Guarulhos), saindo daqui à noite, chegando pela manhã do dia 10.
  2. Dia 10/12/2007: chegada no Brasil e ida para Porto Alegre, com saída prevista ao meio-dia. Chegada em Porto Alegre quando a ANAC deixar.
  3. Dia 14/12/2007: ida para Bento, passar o final de semana com os pais e comemorar, com dois dias de antecipação, o aniversário de 30 anos. Retorno para Porto Alegre no dia 16.
  4. Dia 16/12/2007: ida para São Paulo, encontro com a Christiane (vai estar chegando dos EUA) para renovação do visto no dia 17.
  5. Dia 17/12/2007: dia do aniversário comemorado dentro da embaixada americana, na fila para pegar o visto. Ida para Belo Horizonte.
  6. Dia 18/12/2007: primeiro dia em BH (devemos chegar na cidade na madrugada do dia 18).
  7. Dia 25/12/2007: retorno para Porto Alegre.
  8. Dia 30/12/2007: ida para Bento, depois de pegar a Chris, e aguardar pelo Reveillon.
  9. Dia 07/01/2008: retorno para Durham/US, com chegada prevista para o meio-dia do dia 08/01/2008.
Espero rever muitos dos amigos do Brasil, e visitar ao menos 6 dos meus 9 leitores nesta passagem.

Abraços!

Festa Surpresa

Bom, Christiane resolveu aprontar uma comigo, chamando para o que seria um almoço das esposas que frequentam a International House. No fim, era uma festa surpresa, comemorando hoje com uma semana de antecipação o meu aniversário. A grande maioria do pessoal apareceu, um encontro bastante divertido para começar as celebrações de final de ano, ainda mais com uma data tão simbólica para alguns (creio que mais para mulheres).


Muitos me perguntaram o que significava atingir três décadas, e a resposta foi única: não muito. Era apenas estranho ser o mais velho da turma, ainda mais considerando que eu tinha colegas que estavam começando o doutorado com 21/22 anos. Mas são trinta, e sem nenhum problema, porque incomodado ficava o seu avô!!! (propaganda ultra-antiga, ok? Façam a pesquisa... rsrsrsrs)

Abraços!

dezembro 06, 2007

Matando de Fome o Animal

Em tempos de discussão sobre a CPMF, vale citar um artigo a respeito da hipótese de que cortes de impostos costumam forçar governos a reduzir os seus gastos. Conhecido na literatura por "starving the beast", esta hipótese é completamente refutada para os Estados Unidos, de acordo com Romer e Romer (2007). O resumo:
clipped from papers.ssrn.com

The hypothesis that decreases in taxes reduce future government spending is often cited as a reason for cutting taxes. However, because taxes change for many reasons, examinations of the relationship between overall measures of taxation and subsequent spending are plagued by problems of reverse causation and omitted variable bias. To deal with these problems, this paper examines the behavior of government expenditures following legislated tax changes that narrative sources suggest are largely uncorrelated with other factors affecting spending. The results provide no support for the hypothesis that tax cuts restrain government spending; indeed, they suggest that tax cuts may actually increase spending. The results also indicate that the main effect of tax cuts on the government budget is to induce subsequent legislated tax increases. Examination of four episodes of major tax cuts reinforces these conclusions.
 blog it

Abraços!

dezembro 03, 2007

Leituras de Férias

O tempo investido em um ano e meio de doutorado me impediu de ler alguns livros que estão na estante desde que vieram para cá. Vou tentar vencer a lista, agora que as férias começaram.

Os selecionados:
  1. Central Banking in Theory and Practice – Alan Blinder
  2. Rejected: Leading Economists Ponder the Publication Process – George Shepherd
  3. Inside the Economist's Mind: Conversations with Eminent Economists – Paul A. Samuelson e William A. Barnett
  4. I Am America, And So Can You – Stephen Colbert
  5. English As She Is Spoke – José da Fonseca e Pedro Carolino
  6. Toda a Mafalda – Quino
  7. Viagens com o Presidente – Eduardo Scolese e Leonencio Nossa

Os três primeiros, apesar de serem de economia, já possuem um caráter mais histórico do que propriamente técnico: enquanto o primeiro já se tornou um clássico a respeito das práticas de Bancos Centrais, os outros dois são relatos de dois pontos distintos (e talvez extremos) da atividade do economista – o processo de elaboração e desenvolvimento de idéias, em um ponto, e a briga pela publicação, no outro.

Os dois livros seguintes trazem um pouco de humor às férias: Stephen Colbert apresenta um programa de humor, estilo talk-show, no canal Comedy Central, tirando o maior sarro do estilo estridente de alguns conservadores americanos. O programa é engraçadíssimo, e a Chris, que já leu, disse que é ótimo. "English As She Is Spoke" foi um presente de um colega. É um livro escrito na verdade por Pedro Carolino, usando um dicionário inglês-português escrito por José da Fonseca para traduzir expressões cotidianas de ambas as línguas.

O livro de Quino estava na minha cabeceira na maior parte deste tempo. Já andei um bocado nos quadrinhos, mas agora quero terminar de uma vez.

Por fim, o último, que se misture o humor, a tragédia e a perseverança de ser brasileiro, em ler o relato de repórteres que acompanham o presidente e sua tropa em viagens internacionais.

Vai ser uma boa diversão.

Abraços!

dezembro 02, 2007

De um Nobel sobre Outro

Não acredito que ele tenha dito, mas como alguém já teria se encarregado de corrigir o erro na Wikipedia, fica o registro. Por Robert Solow:

"Everything reminds Milton Friedman of the money supply. Everything reminds me of sex, but I try to keep it out of my papers."



Se alguém souber a referência exata da frase, é um favor avisar.

Um abraço!

dezembro 01, 2007

Aniversários

O Globo destaca em matéria os 25 anos do álbum Thriller, de Michael Jackson. De fato, a data merece ser comemorada, já que é um dos grandes discos da história do pop, a despeito da trajetória posterior do cantor. O disco reúne duas músicas memoráveis, além da faixa-título: Beat It, com os rifs de guitarra de Eddie Van Halen, e Billie Jean, balada muito legal.

Ainda na área da música, esta notícia do aniversário de lançamento de Thriller me lembrou de uma celebração de uma rádio daqui fez para comemorar os vinte anos de Appetite for Destruction, o álbum de estréia dos Guns'n'Roses. Sucessos como Welcome to the Jungle, Paradise City e Sweet Child o'Mine estão todos por lá.

E subitamente me dou conta que não sou mais criança.

Um abraço!

O Nada

Estou sentado no sofá de casa. Faço mentalmente uma lista do que preciso fazer na semana. Lista de exercícios de economia computacional? Não. Lista de exercícios de economia internacional? Não. Apresentação para o lunch group? Não. Apresentação para o breakfast group? Não.

Tenho que ir para a faculdade, então? Sim: para limpar algumas gavetas, trazer para casa notas de aula do semestre que passou, imprimir algum artigo que me interesse ler (sim, "artigos que me interesse ler", e não aqueles que os professores mandam!!!!), talvez algum livro.

Finalmente, caiu a ficha. Sim, o semestre acabou, e eu não sei o que fazer com isto. Só sobrou o vazio de ficar na frente da televisão, o nada.



Abraços!

novembro 28, 2007

Ministro Demitido por Foto...

... na Bolívia. Evo Morales pode abrir um precedente perigoso (para a classe política) neste caso: lembram dos boatos que corriam no auge da crise do mensalão sobre um deputado que apareceria em situação ainda mais constrangedora do que o ex-ministro boliviano?

Acho que a fila para explicações teria um tamanho considerável.

Abraços!

Credibilidade

Estuda-se muito em política monetária a questão da credibilidade, em especial sobre o quanto um banco central deve se mostrar inflexível no cumprimento das metas monetárias de forma a se fazer crível pela sociedade. Credibilidade, obviamente, também é um fator importante em outras áreas — como a política, por exemplo. Qualquer planejamento em relação ao futuro que dependa da decisão de outros agentes deve ser baseada em algum nível de crença com relação ao comportamento do outro.

O noticiário recente sobre as negociações em torno da CPMF dá conta de que o governo resolveu guardar na gaveta alguns projetos que estariam prontos para ser encaminhados ao Congresso, sugerindo que a suposta falta de verba gerada pelo fim do imposto poderia prejudicar projetos futuros. A pergunta que deve ser feita, neste caso, é a mesma feita quando se avalia a questão de "veracidade" das ações futuras em economia: esta ação do governo, adiando o envio de projetos, é crível? Ou, em outras palavras, o governo tem credibilidade nesta ameaça de suspender projetos caso o imposto não seja aprovado? Vejamos:

  1. Se os projetos do governo tiverem um impacto substancial na economia, como o de política industrial, ele não tem por que deixar de enviar os projetos.
  2. Se os projetos do governo servirem para consolidar a sua base de apoio no Congresso e na sociedade, como o aumento salarial para alguns setores do funcionalismo público, ele não tem por que deixar de enviar os projetos.
  3. Se os projetos do governo garantirem algumas inaugurações para daqui a dois ou três anos, mostrando perto das eleições para presidente que o governo foi eficiente, ele não tem por que deixar de enviar os projetos.
  4. Se os projetos do governo servirem como moeda de troca para parlamentares na comissão de orçamento, por exemplo, ele não tem por que deixar de enviar os projetos.


Logo, qual a credibilidade de um governo que ameaça não fazer medidas que lhe seriam úteis? Resposta: nenhuma. O governo não vai deixar de cumprir seus projetos se a CPMF não for aprovada, não se preocupem.

Abraços!

novembro 26, 2007

Pesquisaaaaaa...

Pesquisa. Mais uma vez, traçando os grandes rumos do país e da humanidade, o autor do blog pergunta: jacaré que fica parado vira bolsa?

A propósito de ditados populares, fica a propaganda do e-book mais falado da internet brasileira. Grande Shikida!!!

Abraços!

Pobre Oposição...

É brincadeira, se não fosse sério: é assim que a oposição pretende fazer frente ao governo, ou se oferecer como alternativa ao governo do PT? Papo de maluco é pouco para definir esta conversa do Cesar Maia.

Abraços!

P.S.: no blog do Anselmo, em O Globo, nota interessante ainda sobre o IPEA. Ao invés de ficar caçando malucos, a oposição poderia estar discutindo o tema.

Assassinato

Um ex-professor daqui já tinha falado alguma coisa em aula sobre o caso na UPenn, e agora veio a confirmação.

Lamentável.

Abraços!

novembro 23, 2007

Econ Turkey Bowl II

Mantendo a tradição (iniciada no ano passado), foi jogada hoje a partida de futebol americano entre alunos e professores do Departamento de Economia. Desta vez, os alunos levaram a melhor, ganhando todas as três partidas disputadas.

Destaque para o defensive end do time dos alunos (3 sacks e 4 pass-rushings): uma mistura de Dwight Freeney e Michael Strahan, como pode ser visto na foto abaixo:


Também destaque a proteção ao quarterback oferecida pelo guard do time dos alunos, como pode ser visto nesta foto:


Ao final do jogo, a foto dos times reunidos:


Abraços!

novembro 21, 2007

Apenas por Educação, Mesmo...

Trecho da coluna de Miriam Leitão, comentando sobre as mudanças no IPEA e as estripulias de um novo diretor, professor de um grande departamento de economia do país.
clipped from oglobo.globo.com

O novo diretor do Rio é o primeiro de fora da carreira que assume o posto. Mas isso não é o relevante. O esquisito é a maneira como essa direção lida com as pessoas que estão no instituto há décadas. Ele convocou todos para sua posse. Chegou uma hora e meia atrasado, ficou alguns minutos e foi embora. O breve discurso, para uma platéia de mestres e doutores, foi patético:


— Meu nome é Sicsú. Sic-sú! O dever de casa de todos é aprender como se pronuncia o meu nome. Se quiserem alguma coisa comigo, a senha é professor. Me chamem de professor.

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Sinceramente, não tenho nada contra alguém querer ser chamado de "professor". Profissão nobilíssima, deveria receber um respeito infinitamente maior do que a dispensada no país, ainda mais em função da carência de pessoas capacitadas para o cargo. Também não consigo, talvez por questão de educação, chamar meus professores (e alguns ex-professores também) diretamente pelo nome ou sobrenome, a não ser que seja dada a abertura. Fiz um estágio com um professor da UFRGS, durante a graduação, em que eu não conseguia dar outro tratamento que não fosse o de "Professor", ainda que o estágio fosse em uma instituição fora da universidade.

Entretanto, existe uma medida para tudo. Professor, com letra maiúscula, na minha opinião, é quem faz por merecer o título. Tenho certeza que muitas pessoas eventualmente gostam do "professor" do IPEA. Agora, Professor, mesmo é justamente quem não precisa anunciar, a plenos pulmões, alguma "senha" de tratamento. E mais: Professor é quem, inclusive, fica até encabulado ao ser tratado por "Professor".

Talvez a demanda do "professor" seja uma tradição brasileira, onde o "sabe com quem está falando" vem primeiro. Já vi, inclusive em local de trabalho, pessoas que faziam questão de destacar o título antes de mostrar o trabalho que fez. Christiane, aqui do meu lado, lembrou que, quando chegou no novo serviço, chamou o seu chefe de "Doctor Purves". Imediatamente, foi interrompida:

"— Nobody calls me Doctor! It is 'Dale'."

Aposto que o "professor" do IPEA não tem, proporcionalmente, a mesma importância, em termos de pesquisa em economia, para o Brasil, a mesma importância que "Professor Purves" tem para a sua área no mundo. Mas a "senha" foi dada. E ai de quem tentar mudar nos dias de hoje...

Abraços!

novembro 20, 2007

Done with Computing

Obra-prima da computação. Salve o Matlab!!!


E o que quer dizer? Nada.

Abraços!

novembro 18, 2007

Computing

Computing
Computing
Computing
Computing
Computing
Computing
Computing

Error.

New fix.

Computing
Computing
Computing
Computing
Computing
Computing
Computing
Computing
Computing

Error.

New fix.

Computing
Computing
Computing
Computing
Computing
Computing
Computing
Computing
Computing
Computing
Computing
Computing
Computing
Computing
Computing
Computing
Computing
Computing
Computing
Computing
Computing
Computing
Computing
Computing
Computing
Computing

Out of memory. Going to sleep.

novembro 15, 2007

Esquizofrenia

Primeiro, todo o cuidado possível para que a super-potência não seja prejudicada:

clipped from g1.globo.com
Ao participar da abertura da IV Conferência do Forte de Copacabana, no Rio, que tem como tema a segurança internacional, o ministro da Defesa Nelson Jobim afirmou que, com a descoberta do megacampo de petróleo e gás na Bacia de Santos, o Brasil deve reforçar sua capacidade de proteção, até mesmo de atos terroristas.
"A partir do momento que se tem uma riqueza como essa, temos que ter como protegê-la. Até mesmo do terrorismo", afirmou Jobim.
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Depois, as graças a Sao Pedro pela ausência de chuvas, que não prejudica os aeroportos:

clipped from g1.globo.com

Segundo o ministro, a melhoria da infra-estrutura nos aeroportos não será resolvida no curto prazo, mas comemorou a entrega da reforma na pista de Guarulhos com 15 dias de antecedência. No Rio, os estudos estão sendo feitos para melhorias no Galeão.

"Hoje está normal o tráfego nos aeroportos. São Pedro está ajudando".

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Pergunto: como pode uma potência, que reserva recursos para proteger suas reservas de petróleo do terrorismo internacional, ainda depender de reza para que os aeroportos não colapsem?

Respostas possíveis:

1) O ministro está começando a aparentar os sintomas clássicos da esquizofrenia.

2) O ministro falou bobagem.

Poderia ser um bom tema para a pesquisa ao lado...

Abraços!

Nojo!!!

Sem mais palavras. E você leu primeiro aqui.

Abraços!

P.S.: leiam a Veja desta semana para mais detalhes.

novembro 12, 2007

Pesquisa, De Novo!!!

Grande sucesso e participação na pesquisa sobre "Tropa de Elite". Muito bom mesmo! Obrigado para todos que votaram. No resultado da votação, 12 leitores acharam que o filme apenas reflete a realidade do país, 5 querem ver mais do Capitão Nascimento pelas ruas, apenas um leitor achou que o filme tem tortura demais, e cinco ainda não viram o filme.

A pesquisa agora é sobre sites de relacionamentos. Por aqui, a febre é o Facebook (quase ninguém conhece o Orkut). O que mais chama a atenção dos usuários do Facebook é a maior privacidade na comparação com outros sites do gênero. Por exemplo, o perfil do usuário só pode ser visto por completo para quem é identificado como amigo da pessoa, ao contrário do Orkut ou do MySpace, onde o site é visível para qualquer um. Faz pouco tempo que saiu uma matéria na Veja tratando exatamente do sucesso deste site por aqui.

A pergunta é óbvia: você já tem o seu perfil no Facebook?

Eu já deixei a minha resposta. Deixe a sua também!

Abraços!

70% e o Mercado de Pílulas Azuis

A imagem abaixo é da minha página de webmail da conta da universidade. Repare no título das mensagens enviadas:



Três perguntas:

1) Estudantes de doutorado chegam em estágio tão deplorável nos estudos que o mercado das pílulas para "paudurescência" os vê como clientes de alto potencial??? Qual a relação entre a quantidade de livros e/ou o tempo gasto com estudos e o uso das pílulas azuis?

2) Por que os descontos são sempre de mais de 70% sobre o preço original? Por que 70%, e não 69, 67, 65%?

3) O que é o tal do "Viagra X", anunciado nas mensagens? Alguma variante mais punk do remédio tradicional? Aos leitores que já fizeram uso, aceito comentários e explicações.

Abraços!

novembro 08, 2007

Pior que Spam

Achava que não pudesse existir coisa pior do que spam na minha caixa de e-mail. Pois hoje o governo me mostrou que, sim, existe: spam com mensagens analfabetas que eu pago para receber. Sintetizando a história, o governo resolveu colocar a "Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República" para trabalhar, e criou um pequeno e-mail que é mandado (contra a minha vontade, diga-se. Será que cabe um processo por spam?) para alguns órgãos federais. Não sei se todos os meus colegas do banco recebem, mas sei que, todo o santo dia, tanto no período de trabalho quanto agora no doutorado, está lá a propaganda na minha caixa postal.

Pois bem. Hoje, a mensagem se superou: não apenas eu recebo a mensagem contra a minha vontade, mas também descobri que a pessoa que escreve os textos, recebendo grana dos meus impostos, precisa de reforço na gramática. Além disso, o responsável pela revisão dos textos, que também é pago com o dinheiro dos meus impostos, deve precisar de um oculista. Tudo isto por causa do título da mensagem abaixo.



Ou seja, recebo uma mensagem que não quero receber, e quando resolvo gastar 15 segundos para olhar as matérias, dou de cara com um título destes.

É, é pior do que spam.

Abraços!

P.S.: e diga-se: a desculpa de proximidade das letras no teclado não cola neste caso. O "i" e o "rá" ficam bem longe do "e" (se o escriba quisesse usar "investe" ou "investirá", respectivamente).

novembro 07, 2007

DZ

Excelente o comentário do David Zylberstajn sobre o uso de negativas por parte de deputados para amenizar palavras que seriam um pouco pesadas para os ouvidos mais sensíveis.

Abraços!

novembro 06, 2007

Lula Compara. Eu Também

Lula faz a sua comparação:


"É engraçado porque já a Margareth Thatcher foi tantas vezes reeleita primeira-ministra e eu vi o Helmut Kohl ficar tanto tempo [no poder]. [Mas] nunca vi ninguém perguntar se vários mandatos sucessivos era [algo] ruim"
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Eu também faço a minha:

"Nunca vi ninguém perguntar o que aconteceria com a Margareth Thatcher ou com o Helmut Kohl se tantas figuras do primeiro escalão do governo fossem flagrados em um escândalo como o do mensalão."


Abraços!

novembro 01, 2007

Fotos Halloween

Para fotos do Halloween em Chapel Hill, com os comentários da Chris, clique aqui.

Abraços!

O Verdadeiro Jason

Este é Jason:



E esta é a esposa de Jason:



Noite muito divertida. Mais fotos mais tarde.

Abraços!

outubro 31, 2007

Em Dia de Halloween...

Este aqui é o falso Jason. O verdadeiro, só mais tarde.

Abraços!

Culpa dos Juros?

Excelente texto na Folha On-Line do Valdo Cruz. A pergunta que fica, diante do problema do empresário, é: onde estão FIESP, FIRJAN, FIERGS e afins quando um problema destes aparece? Quando o BC muda os juros, são os primeiros a fazer fila na porta dos jornais para chamar a decisão de "escandalosa", "absurda", etc.

Começo a acreditar que a pressão sobre o BC é consequência do bom trabalho ao longo do tempo. Algo do tipo "já que fez tanto, pode fazer um pouco mais". Ou ainda, "como não posso esperar nada dos outros setores do governo, deixa eu cobrar um pouco do que funciona".

Abraços!

Cena recente ocorrida em Nova York. Um grande produtor de óleo de soja brasileiro reuniu-se com um grupo de investidores estrangeiros para tentar convencê-los a investir no seu negócio. O plano industrial do empresário brasileiro agradou. Custo de produção baixo, boa plantação de soja, transparência total do projeto. Enfim, o plano estava repleto de qualidades e encheram os olhos dos investidores. Fora isso, as condições macroeconômicas no país são favoráveis, economia em crescimento, inflação baixa, juro ainda alto mas bem menor do que num passado recente. Só que aí veio uma perguntinha final: E o seu plano de logística? Qual será seu custo de exportação? Como estão as condições de escoamento da produção pela via portuária? Aí deu vontade de chorar, confidenciou o empresário brasileiro a amigos.
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outubro 30, 2007

Dica

A coluna dela no Estadão costumava ser muito boa, das melhores fontes de informação sobre política e economia disponíveis. Espero que o podcast da Sônia Racy tenha o mesmo sucesso.

Abraços!

outubro 25, 2007

De Fato, Heresia

Sem comentários.

Abraços!
clipped from oglobo.globo.com
RIO - Um célebre espaço na Bowery Street, no East Village, em Nova York, está prestes a reabrir. Só que, em vez do clube de rock CBGB, a loja será ocupada por uma butique de alto luxo do estilista John Varvatos. O lugar, que estava fechado desde outubro de 2006, passou por uma reforma completa e não tem mais nada a ver com o lendário clube que lançou a cena punk/new wave nova-iorquina nos anos 70 e 80.
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PhD de Elite

Em algum lugar dos Estados Unidos:

— O que é isto, cabo Fasolo?!?!? O que você está fazendo?

— Estou jantando, comandante, mas eu...

— Como assim "estou jantando, comandante"??? E a lista de exercícios? Já terminou a prova?! Tá achando que eu sou moleque em acreditar neste papo de "estou jantando"?

— É só um prato de massa, comandante...

— Você está achando que eu sou moleque? Tá achando que eu sou moleque??? MO-LE-QUE!!! Moleque é o senhor, cabo Fasolo!!! MOLEQUE É O SENHOR!!!!

— Eu precisava parar um pouco, estava cansado, comandante. Virei a noite trabalhando na lista de exercícios...

— E você acha justo que, em um país como os Estados Unidos, alguém possa passar uma noite montado em apenas uma lista de exercícios??? Que tipo de luxo é este?!?!?!?! Tinha que ter feito ao menos duas listas e mais uma das três apresentações para a semana que vem!!! O SENHOR É UM MOLEQUE!!!!

— Já estou voltando para o escritório: termino duas apresentações hoje à tarde e...

— Só duas apresentações?!?!? O senhor é um fanfarrão, cabo Fasolo! UM FANFARRÃO!!! E a prova?!?!? E as outras duas listas de exercícios! O senhor é muito folgado, cabo Fasolo, FOL-GA-DO!!! O senhor deve achar que todo mundo aqui é moleque, não? MOLEQUE É O SENHOR!!! MOLEQUE É O SENHOR, CABO FASOLO!!!! O senhor trate de apresentar as duas apresentações: quando estiver terminado, eu lhe passo mais duas listas de exercícios!

— Senhor, sim, senhor! Obrigado pela atenção, senhor!

— Está dispensado, cabo. E deixe o macarrão aqui...

(Texto puramente ficcional e inspirado no cotidiano de um aluno de PhD em economia. Nada a ver com Tropa de Elite.)

Abraços!

outubro 20, 2007

E a Pesquisa...

... ainda está no ar!!! Levante o seu traseiro gordo do sofá, vá ao cinema e me conte o que você achou de Tropa de Elite!!!! Estou curioso!!!

Ah, a Coerência...

Tem um blogueiro, ex-jornalista famoso da Folha de São Paulo por acompanhar programas falidos de combate à inflação nos anos 80/90 no Brasil, que adora cair de pau no Banco Central por estar "capturado pelo mercado", onde as decisões do Copom só servem para alimentar a "farra do boi". O blogueiro ainda se refere a uma das diretorias do Banco como sendo formada pelo "trio-terremoto", e aliviado por esta diretoria não estar mais no banco no início da crise.

Pois bem: o famoso jornalista escreveu no dia 17 deste mês um longo post, elogiando a capacidade do banco UBS em prever os efeitos da crise do mercado imobiliário americano no Brasil, afirmando que o seu grupo de decisão estimulou a compra de ativos em meio à crise, apostando no caráter passageiro do evento. E o que isto tem a ver com as suas opiniões sobre o Banco Central? Adivinha só quem é o economista-chefe do UBS-Pactual para a América Latina.

O terremoto, pelo visto, faz boas previsões sobre crises externas.

Um abraço!

P.S.: não vou ficar fazendo propaganda de blogs ruins para os meus amigos. Logo, se você quer saber quem é o blogueiro, junte as expressões entre aspas, coloque no Google e divirta-se.
P.S.2: UPDATE: se vocês jogarem as palavras entre aspas, não vão encontrar o site do jornalista. O Google deve estar criando juízo... hahaha.

outubro 17, 2007

Sobre a Demagogia com a CPMF

Sobre o texto anterior a respeito da CPMF, que existia neste espaço, a única coisa que restou decente foi o trecho abaixo. O post original (ver abaixo) foi implodido pela mais absurda incoerência e estupidez intelectual do autor.

Grato pela atenção.

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Agora, o que mais me assusta nesta discussão a respeito da CPMF é o monstrengo tributário e populista que pode ser criado, caso o governo emplaque a proposta do líder do Senado, Romero Jucá, endossada pelo voluntarioso bigode de Aloízio Mercadante. Segundo a proposta dos nobres senadores, trabalhadores que ganham até R$1.700,00 estariam isentos da cobrança do imposto. A proposta é um monstrengo tributário porque vai permitir que contribuintes espalhem a sua movimentação por várias contas a fim de demonstrar que sua movimentação é compatível com salário inferior ao teto. Exemplo: usar uma conta em nome da esposa, dona-de-casa, para movimentar parte dos rendimentos da família e fugir da cobrança do imposto.

Além disso, a proposta é um monstrengo populista porque qualquer pessoa com um pouco mais de dois neurônios (não, não aqueles que desceram até o bigode, senador: os que ficaram na cabeça!!!) sabe que o maior efeito da cobrança do imposto é na venda do produto final, e não na movimentação do dia-a-dia da conta bancária. Quando o sujeito vai comprar o seu pão, ele paga CPMF não porque deixou algumas moedas para o caixa, mas porque a panificadora pagou a empresa que vendeu a farinha (e aí teve a cobrança do imposto); porque a panificadora pagou o aluguel do prédio onde está instalada (e aí teve a cobrança do imposto); porque a panificadora pagou água, luz e telefone para poder funcionar (e aí, de novo, teve a cobrança do imposto). Logo, vir com o argumento que "o pobre vai ser isento do imposto" é um populismo dos mais rasteiros.

É, não existe nada de ruim que não possa ser piorado.

Abraços!

CPMF: Contra Tudo

Ok, ok, ok. Argumento errado. Totalmente errado. Furei feio. Se você esteve aqui no site entre as 10 da noite e as 0:45hs, no horário brasileiro, você pôde constatar que tinha um texto aqui que tratava sobre a CPMF. Usei um argumento lamentável para justificar esta aberração, que eu mesmo derrubei.

Abraços!

outubro 16, 2007

Nobel: Surpresa na Cobertura

Fiquei especialmente satisfeito com a cobertura de parte da imprensa brasileira a respeito dos laureados com o Prêmio Nobel deste ano. Tendo em vista a complexidade do tema da pesquisa dos homenageados, esperava que o festival de bobagens fosse inesquecível. Decepção minha: nos três jornais mais importantes do país (Folha, O Globo e Estadão, os dois últimos nas suas páginas de notícias on-line), a cobertura foi bem ponderada.

O Globo e o Estadão se limitaram, corretamente, em reproduzir o que as agências internacionais publicaram a respeito dos vencedores. Por pior que seja a cobertura destas agências, a possibilidade de erros na matéria diminui bastante, já que os jornalistas tentam fazer uma reportagem bastante "descritiva" da notícia, sem se preocupar com análises detalhadas sobre o mérito da premiação. Até neste aspecto, o texto da BBC-Brasil, publicado por ambos jornais, foi bastante feliz ao lembrar a ligação do trabalho destes autores com a pesquisa de John Nash Jr., vencedor do Nobel pelo desenvolvimento e aplicação de teoria dos jogos em economia.

Já a Folha, na sua edição impressa, evitou fazer a ligação do trabalho dos homenageados com situações cotidianas, dentro da linha editorial que costuma resultar em desastres na área. Ao contrário, fez o que um jornal correto deveria fazer, se quisesse estabelecer alguma ligação com o Brasil: procurar economistas sérios para dar a sua opinião. O resultado foi excelente. As entrevistas com Aloísio Araújo e Maurício Bugarin foram escolhas das mais felizes para explicar ao leitor leigo a importância da pesquisa dos vencedores.

Por outro lado, Zero Hora parece ter designado o estagiário da coluna de horóscopo para escrever a sua matéria. Dizer que a escolha de Maskin, Hurwicz e Myerson é um "golpe no liberalismo econômico ortodoxo" é, para dizer o mínimo, uma bobagem sem tamanho. A afirmação equivale a dizer que as universidades de Chicago (!!!), Minnesota e Princeton, onde trabalham os agraciados, seriam centros de disseminação da cultura heterodoxa. Antes os nossos heterodoxos ouvissem o que dizem os pesquisadores destas escolas...

Felizmente, outros sites capazes de produzir bobagens de qualidade equiparável sob a carcaça de jornalismo econômico responsável se abstiveram de comentar a premiação.

Abraços!

outubro 15, 2007

Sobre o Nobel de Economia

Prêmio merecidíssimo pela relevância da área na pesquisa em microeconomia atual: de fato, o trabalho de Maskin, Myerson e Hurwicz em desenhos de mecanismo é o que de mais relevante apareceu em termos de teoria microeconômica depois do "boom" em teoria dos jogos dos anos 80/90.

Agora, o mais divertido da premiação será mesmo ler os jornais brasileiros tentando explicar a relevância do prêmio em seus espaços cada vez menores para as manchetes.

Abraços!

outubro 14, 2007

Pesquisa! Pesquisa! Pesquisa!

Depois de me informarem sobre o destino da taxa de câmbio no Brasil (na verdade, ninguém sabe de nada, mesmo, sobre o câmbio, já que as respostas ficaram distribuídas entre todas as alternativas), agora meus leitores no Brasil vão me informar sobre a última polêmica nacional: "Tropa de Elite" pegou geral?

Deixo a pesquisa no ar por bastante tempo, para tentar coletar as opiniões do maior número possível de pessoas. Comentários são (MUITO) bem-vindos. Estou curioso para ler a opiniões de quem viu o filme.

Abraços!

Luiz Caversan

O texto é do dia 6 deste mês, só consegui ler agora graças à porcaria do site da Folha que resolve mostrar colunas antigas, ao invés dos textos mais atuais. Serviu para alguma coisa. Vai na íntegra, mesmo.

Abraços!

Invasão de privacidade

Por Luiz Caversan.

- Boa noite! Posso falar com o sr. Luiz Carlos?

Xi, boa coisa não é, porque só minha mãe me chamava de Luiz Carlos, mesmo assim quando estava muito brava. Mas resolvo atender.

- Pois não, é ele. Quem está falando?

- Antes de mais nada eu gostaria de informar que nossa conversa está sendo gravada?

- Como assim, gravada?

- Questão de segurança...

- Mas eu estou em perigo?

- Não, não. Olha, primeiro de tudo eu gostaria de lhe parabenizar (sic) pelo seu ótimo relacionamento com o comércio de sua cidade.

- Como assim, ótimo relacionamento? Você quer dizer que eu não sou caloteiro?

- Isso mesmo! Quer dizer, não, não. Apenas estou dizendo que o senhor é um ótimo cliente...

- É, quem te contou?

- Como assim?

- Quem te contou que eu chamo Luiz Carlos, que este é meu telefone, que estou em casa às 10 da noite, que compro, pago? Como você me descobriu?

- Ah, o senhor está em nossa base de dados?

- É mesmo? E quem me colocou na sua base de dados?

- Bem, isso eu não posso dizer...

- A nossa conversa está sendo gravada?

- Está? Para sua segurança...

- Então eu estou em perigo?

- Não, não... eu só preciso falar com o senhor alguns minutos...

- Senão você não ganha nada, né?

- Como assim?

- É, você tem que me prender no telefone pelo menos x minutos para ganhar alguma coisa. E ganha mais se me vender... o que você está me vendendo mesmo?

- Cartão de crédito... Não! Desculpe, estou ligando primeiro para cumprimentá-lo...

- Isso você já falou, vamos aos finalmente, depois você me explica como eu entrei na sua tal base de dados.

- É um cadastro...

- Quer dizer que eu estou cadastrado? Tem nome, endereço, RG, essas coisas todas?

- Sim?

- E quem me cadastrou?

- O outro cartão de crédito...

- Ah, quer dizer que vocês pegaram meu cadastro num cartão para me vender outro cartão? Espertinhos, heim?!

- Não, o senhor não está entendendo...

- Alô, alô, nossa conversa está sendo gravada?

- Sim!

- Então eu quero falar para quem ouve a gravação, se é que alguém ouve a gravação: olha aqui, pessoal, isso é muito feio, viu? Vocês pegaram meus dados do meu cartão de crédito sabe-se lá como, sabem tudo a meu respeito, certo?, RG,CP, telefone, endereço. Sabem, até que eu pago direitinho minhas contas, certo? Daí mandam essa moça simpática ligar pra minha casa às 10 da noite, com essa conversinha de 'parabéns pelo meu ótimo relacionamento com o comércio da sua cidade' (de fato, eu me dou super bem com a dona Francisca da mercearia...) e tudo e tal e acham que está tudo bem, que é assim mesmo?

- Por favor, senhor Luiz Carlos...

- Peraí, Luiz Carlos era minha mãe que me chamava; agora espera aí que eu estou falando com o moço da gravação. Então, isso é feio, imoral, antiético e sobretudo invasão de privacidade. Você sabia, moça, que você está invadindo minha privacidade?

- O senhor está falando comigo agora?

- Sim!

- Não sabia, não...

- Desculpe, querida, eu sei que você está tentando ganhar o seu, mas sua tarefa é inglória e está a serviço de interesses espúrios...

- Peraí, espúrios, não!

- Sim, espúrios, minha filha, isso não é nenhum palavrão, embora pareça: quer dizer alguma coisa que não está de acordo com as leis ou a ética, é ilegal, desonesto, ilegítimo.

- Ah, bom...

- Bom nada, eu estava quietinho aqui no meu canto e você me liga sabendo tudo a meu respeito e querendo dar um golpe no meu cartão do crédito para eu ficar com o seu?!

- Não!

- Sim! E sabe o que é pior pra você? Faz dez minutos que a gente está conversando e você nem conseguiu falar qual é o seu cartão de crédito!

- Senhor Luiz Carlos, o cartão é...

- Boa noite...

*
Discute-se em São Paulo se colocar chips para monitorar os automóveis da cidade seria ou não invasão de privacidade. Polêmica ultrapassada, esta: como demonstra o diálogo acima, eles já sabem tudo.

Nobre Al Gore?

Um excelente artigo no Boston Globe questionando o prêmio Nobel da paz concedido ao ex-vice presidente americano Al Gore deixa implícito no final uma questão importante: qual a importância de um trabalho concluído para a obtenção de um prêmio Nobel da paz? Em outras palavras, uma obra puramente idealista é merecedora deste prêmio Nobel?

A resposta, até a premiação deste ano, parece indicar que não. O vencedor do prêmio de 2006, Muhammad Yunus, construiu uma instituição bancária de crédito popular em Bangladesh - uma obra concreta e acabada. Mohamed ElBaradei e a International Atomic Energy Agency (IAEA), vencedores do prêmio de 2005, efetivamente tiveram a sua participação na construção da política nuclear atual - ainda que de qualidade questionável, é uma obra concreta. A ativista política Wangari Maathai ganhou o prêmio de 2004 pelo combate à ditadura no Quênia. A luta pelos direitos humanos, especialmente de mulheres e crianças, em países islâmicos, na figura de Shirin Ebadi, talvez seja outra causa menos concreta agraciada com a premiação, em 2003. Todavia, as obras de Kofi Anan (a despeito dos escândalos com seu filho), Jimmy Carter, Nelson Mandela, Henry Kissinger, Yasser Arafat, Ytzhak Rabin, Madre Tereza, entre outros, apresentaram resultados concretos.

O prêmio dado a Gore refere-se a um problema existente, mas note que até mesmo a instituição que compartilha o prêmio afirma que a manutenção do estado atual causará efeitos bem menos nefastos que os alardeados pelo ex-vice-presidente. Será que agora, para ser premiado, basta estar "apaixonado" por uma causa, ou resultados concretos voltarão a ser considerados?

Abraços!

Furo de Notícia

Eu tinha comentado, algumas semanas atrás, sobre um acidente em partida de futebol americano onde um jogador teve uma lesão na coluna cervical. Pois não é que parece que o cara está se recuperando bem? :-)))))))



Fora de brincadeira, Kevin Everett está se recuperando em um hospital de Houston, com boas perspectivas em termos de voltar a caminhar.

Abraços!

BOPE, o PhD da Polícia

Frase do Comandante do BOPE, Coronel Pinheiro Neto, na Veja desta semana:

"Nesse curso, a rotina do aluno é quebrada. Ele dorme muito pouco, se é que dorme, alimenta-se muito pouco, quando se alimenta, e é submetido a tarefas extenuantes"

Por um instante achei que ele estava falando de algum bom programa de PhD em economia.

Abraços!

outubro 07, 2007

Apostas para o Nobel de Economia

Shikida já colocou no seu site algumas apostas sobre o prêmio Nobel de economia deste ano. Deixei um comentário por lá, mas resolvi trazer para cá as idéias um pouco mais elaboradas, além de outros palpites, bem mais calibrados que o meu.

É óbvio que a minha preferência para o prêmio é viesada pela área de estudo, mas eu creio que sejam poucos os economistas que nunca leram alguma obra do Thomas Sargent nos seus estudos de macroeconomia. De toda forma, já que foi o Phelps que ganhou no ano passado, também com trabalhos em macroeconomia, acho difícil que o Sargent leve desta vez.

Também ligado em macroeconomia, poderíamos citar David Romer e Robert Barro. Todavia, de novo, seus nomes ficam prejudicados pela tendência de alternância das áreas de pesquisa na distribuição dos prêmios.

Seguindo uma tendência da academia de premiar os autores que, de alguma forma, complementaram pesquisas originais (Debreu, depois de Arrow; Miller, depois de Modigliani; Phelps, depois de Friedman), poderia puxar a brasa para a sardinha de Duke, e dizer que Tim Bollerslev teria chances. Entretanto, dois fatores pesam contra a sua escolha: 1) fazem apenas quatro anos que Engle ganhou o seu prêmio com os modelos GARCH; 2) Bollerslev é ainda bastante novo (seu trabalho mais famoso é de 1986).

Outros palpites interessantes já apareceram: Mankiw, além de Barro, cita Fama, Feldstein e Schleifer, com base em citações. Entretanto, estes também estão marcados pelo viés do campo de pesquisa. Além disso, com base em rankings de citações, não podemos nos esquecer de Paul Krugman, ainda que ele já tenha se esquecido da academia faz algum tempo...

Seguindo o link que Mankiw indica, da Thomson Scientific, os palpites já se tornam muito mais razoáveis: Paul Milgrom já mereceria o prêmio; Jean Tirole já entra em categoria muito parecida com o que Sargent é para a macroeconomia.

Por fim combinando a contribuição com o número de citações, além da tendência das áreas de pesquisa em economia não se repetirem, acho que Jean Tirole é um excelente palpite para este ano.

Abraços!

On Any Given Saturday

Hoje tentamos seguir a tradição americana dos sábados de outono nos Estados Unidos, especialmente em cidades universitárias do país: ao invés de ficar presos na televisão, Chris e eu decidimos assistir ao jogo de futebol americano universitário de Duke. Tudo bem, o time é uma porcaria (conseguiu a proeza de perder todos os doze jogos da temporada passada), mas o programa em si é legal.


Talvez seja difícil, no Brasil, ter uma noção mais exata do que é o esporte universitário por aqui, já que, mesmo tendo acesso à ESPN, o número de transmissões é muito pequeno (nos sábados, por exemplo, a ESPN internacional transmite o Campeonato Espanhol para o resto do mundo). Entretanto, a experiência daqui é muito interessante. Para se ter uma noção, em todo o sábado de temporada é possível ficar da uma da tarde até a uma da manhã do domingo plantado na frente da televisão assistindo futebol americano, com jogos universitários que começam na costa leste e vão terminar no último jogo da noite de alguma universidade da Califórnia.

No estádio, o clima de jogo é bem diferente. Não sei se é por causa da (baixa) qualidade do time de Duke, mas a torcida mais animada era a visitante, da universidade de Wake Forest. Na foto abaixo, uma curiosidade: a foto destaca a banda de Duke, tocando para as cheerleaders; entretanto, olhando com um pouco mais de atenção, notem com as cores azul e branca de Duke vão sendo trocadas, nas roupas da torcida, para o preto e dourado de Wake Forest, à medida em que olhamos as arquibancadas mais para o fundo. Sim, é isto mesmo: as torcidas ficam misturadas nas arquibancadas, sem divisórias, sem provocações, sem pancadaria. Cada família vai para o estádio vestindo as cores da sua universidade, compra o seu cachorro-quente, refrigerante para os filhos, e torce para o seu time preferido, sem ser incomodada por torcedores adversários.


Entre os pontos altos do dia, a exibição da banda marcial da universidade antes do jogo e no show do intervalo (ver na foto abaixo, atrás da Chris); a entrada em campo do time de Duke, com alguns fogos e uma festa que até lembra a entrada dos times de futebol no Brasil em jogos decisivos; o sanduíche de lombo de porco com pimentão vermelho e cebola que comi estava ótimo; a velocidade com que a Chris entendeu as regras do jogo, o que me permitiu prestar atenção no jogo (o que mais eu posso pedir da vida? Minha mulher conhece a lei do impedimento e topa ir comigo a jogos de futebol americano!!!!); e, lógico, o fato de Duke ter ao menos dado um calor na partida contra a universidade campeã da conferência do ano passado (placar final: WF 41 x 36 Duke).


O sábado foi divertido, deu para descansar bastante e curtir um pouco do que o americano médio entende por programação de final de semana.


Abraços!

outubro 06, 2007

Duke X Illinois: os Latinos

Já estou para escrever este post faz algum tempo, mas por ser apenas uma provocação, fiquei adiando, talvez esperando uma boa oportunidade. Depois de ler a última frase do ante-projeto de ditador equatoriano, não resisti:

"Com o Congresso é muito difícil de atuar e creio que o pronunciamento do povo equatoriano foi contundente: o Congresso tem de ir para casa."


Sabem onde Rafael Correa, o autor da preciosidade caudilhista latino-americana citada, estudou? Segundo a biografia disponível, o atual presidente equatoriano é PhD em economia pela Universidade de Illinois, em Urbana-Champaign. A mesma universidade onde muitos brasileiros estudaram estimulados pelo contato com o professor Werner Baer.

Agora, me permitam o contraponto. Lembram de Ricardo Lagos, ex-presidente do Chile, antecessor da atual presidente Bachelet? Entre os seus feitos: a assinatura de acordos de livre comércio com a União Européia e a China, além de negociações para tratados com os Estados Unidos, aumentando drasticamente o fluxo de comércio do país; a obrigatoriedade de 12 anos de estudos para as crianças no país; as reparações dos crimes cometidos durante a ditadura de Pinochet. Agora, depois de concluído o mandato, vai estar junto de um conhecido nosso, dando aulas em Brown. Sabem onde Ricardo Lagos estudou para o PhD em economia? Sorry, Illini friends...

Por fim, uma observação: antes de jogarem na cara os alumni de Duke, quero lembrar que estou comparando ex-alunos do PhD em economia, ok? Não me venham citar o Nixon, que este foi da Law School...

Abraços!

outubro 04, 2007

Troca-se Big Mac por iPod

Um dos mais famosos indicadores da paridade do poder de compra entre moedas pode entrar em desuso: o "Índice Big Mac", da revista The Economist, está sendo desafiado como indicador da valorização das moedas nacionais pelo "Índice iPod", desenvolvido pelo banco australiano Comsec. A teoria por trás da construção dos índices é a boa e velha PPP: na sua síntese, o que ela afirma é que produtos iguais, depois de ajustados pela taxa de câmbio, devem ter preços iguais em qualquer país onde o produto seja comercializado. Assim, se o preço em dólares do Big Mac no Brasil é 15% maior que o preço do Big Mac nos Estados Unidos, afirma-se que o Real brasileiro está 15% sobrevalorizado em relação ao dólar.

Partindo deste princípio, duas perguntas se fazem necessárias: 1) Por que o Big Mac para comparar os preços? 2) Por que medir os preços pelo iPod seria mais eficiente?

Para a primeira resposta, fico com as palavras de um saudoso professor, que em suas aulas de economia internacional para a graduação na UFRGS elaborava o raciocínio de forma brilhante. A comparação entre as taxas de câmbio deveria ser feita usando um produto que todos os habitantes, em média, de um país consomem. Assim, o produto ideal deveria considerar mão-de-obra, capital, gastos com comida, além de impostos. Qual é a mistura mais uniforme destes produtos, de forma que um consumidor de Taiwan esteja comprando o mesmo objeto que um consumidor de Buenos Aires, e que leve em conta todos estes produtos básicos? O Big Mac!!! Logo, o Big Mac não é sequer uma refeição, mas uma grande mistureba de bens que todo mundo consome.

Para responder por que o iPod seria uma medida melhor para a paridade do poder de compra, basta constatar um fato: quando os brasileiros voltam de viagem da Europa, ou dos Estados Unidos, qual o produto que eles trazem na bagagem? Um iPod, que custa US$ 149,00 por aqui, contra US$ 327,71 no Brasil, ou um Big Mac, que custa US$ 3,22, contra US$ 3,60 no Brasil? É óbvio que, mesmo sendo mais barato, e mesmo sendo constituído por bens comercializáveis, ninguém vai trazer um hamburguer americano para a sua refeição. E aí está a grande vantagem do iPod como medida: por ser produzido na China, seus custos de transporte são mais ou menos equalizados ao redor do mundo, e os custos de produção absolutamente uniformes; também é um produto que possui as mesmas características onde quer que seja vendido; além disso, o "status" de ter um iPod ao redor do globo é mais ou menos o mesmo ao redor do mundo - o mesmo não se pode dizer do Big Mac em lugares onde ir para o Mc Donalds seja uma espécie de luxo, ao contrário daqui.

Para maiores informações sobre o "Índice iPod", ver aqui.

Abraços!

outubro 03, 2007

Como Diz Meu Pai...

Notícia interessante em O Globo Online de hoje: nem a Supernanny deu jeito nestas pestes. O mais interessante é a condição em que a casa começou a pegar fogo: a mãe no telefone, com um filho de três anos andando com um acendedor de fogão nas mãos, passeando em meio às cortinas da casa!

Eu ainda vou ver alguém fazer isto com a Supernanny.

Como diz meu pai: "bater, nem pensar?"

Um abraço!

outubro 01, 2007

Outra Pesquisa!!!

Gostei da brincadeira!!! Nova pesquisa no ar, e depois, sob recomendação da maioria qualificada dos oito leitores, "volto para estudar e não encho o saco" de mais ninguém.

A nova pesquisa trata, mais uma vez, de tema relevante para a sociedade brasileira, quiçá para o resto do mundo. O tema é economia: para onde vai o dólar no Brasil? Deixe o seu palpite!

Abraços!

setembro 30, 2007

Sorvete

Tenho um colega no banco, o HVYMTL (já deu as caras por aqui em alguns comentários), que costuma dizer que eu não sou, exatamente, um referencial muito razoável em termos de comida, tendo em vista algumas preferências exóticas (na opinião dele) sobre iguarias únicas que gosto de apreciar quando estou no sul. (Sim, pai, estou falando "daquilo").

Para colocar a tese dele em prova, resolvi trazer para vocês a foto do último pote de sorvete comprado aqui em casa - uma edição especial da Edy's, em comemoração ao Halloween que se aproxima.


Sim, o sorvete tem este sabor mesmo. Lembra mais o gosto da torta, a famosa "pumpkin pie", servida por aqui no feriado do Thanksgiving. Tenho comido o sorvete com calda de chocolate, já que este sabor não é exatamente muito doce. No resumo, não é um sorvete que eu sairia pela madrugada procurando um lugar para tomar, mas também não é nada desprezível.

Um abraço!

setembro 28, 2007

Pobre São Francisco

Perdoai, São Francisco, padroeiro do Escotismo, a frase infeliz do Senador Wellington "Sem Voto" Machado, ardoroso defensor de Renan Calheiros. Uma pessoa sem voto algum (é senador suplente!!!), abraçando as causas mais mórbidas que o Parlamento já encarou, agora chama por teu nome em troca de uns caraminguás!!!

É como eu falei: Renan e seus cúmplices vão durar no Senado até a hora em que a CPMF for aprovada. Depois disto, Lula vai cuspi-los como fez com todos os outros que usou para alcançar seus objetivos. E aí aparece o "Salvador da Pátria", aquele que investiga e manda prender os bandidos. Antes da CPMF, é "o meu aliado, a sustentação do governo"; depois "quem tem culpa, que pague na justiça". E a oposição vai, mais uma vez, ficar vendo navios...

E já que eu estou revoltado hoje, vai mais lenha: o senadorzinho sem voto é tão picareta que, nas notícias em seu site, ele não relaciona nada sobre a sua "destacada atuação" em defesa dos bois e vacas do Presidente do Senado.

E a oposição vai ficar vendo navios...

Abraços!

setembro 24, 2007

Dedo-Duro

O governo agora resolveu mandar para o Serasa os devedores de tributos federais. Da primeira vez que li que o governo pensava em fazer isto, li um comentário interessante, que dizia mais ou menos assim:

"Governo coloca no Serasa devedor de imposto? Ótimo. E a quem eu recorro quando o governo não presta os serviços que os meus impostos deveriam pagar? Para o Procon? E quando o governo demora quase um ano para pagar restituição de imposto, posso apelar para o mesmo Serasa?"


À parte a brincadeira espirituosa e com forte fundo de verdade, a medida não seria de todo ruim se o Serasa tivesse o tão discutido "cadastro positivo": se o consumidor pudesse mostrar ao banco que não apenas tenho a ficha limpa no mercado de crédito, mas também junto ao governo, poderia barganhar um custo menor no financiamento de longo prazo. Da forma como está, sem o cadastro, é só um pavor a mais sobre o contribuinte.

Abraços!

Pesquisa Nova

... e resultado da primeira pesquisa do blog: houve empate entre quatro dos oito leitores do blog (os outros quatro fizeram como os senadores do PT que ajudaram a absolver Calheiros, se abstendo), entre as opções de proteção sanitária (com o reforço no estoque de papel higiênico) e a opção "larga de ser fresco, já que tu é de Bento, pô!".

Agradecendo aos participantes da primeira pesquisa, a nova enquete entra no ar abordando um tema de grande alcance filosófico: Tostines vende mais porque é mais fresquinho; ou é mais fresquinho porque vende mais?

Abraços!

setembro 22, 2007

Semana Farroupilha Salva

Tia Izete esteve nos EUA, e Christiane foi encontrá-la. Qual o resultado disto? A Semana Farroupilha foi salva aqui em casa, graças ao presente da Tia Izete: tínhamos a erva (argentina, presente do Enestor quando esteve aqui em casa), mas faltavam a cuia e a bomba. Agora, não falta mais.


Obrigado, Tia Izete!

Abraço!

setembro 21, 2007

Parabéns!

As minhas fontes costumam ser bem confiáveis em certas áreas, e a deste post não tenho dúvidas que é das melhores. Ainda mais quando se trata de um dos oito leitores do blog, referidos abaixo. Assim, fica registrado os parabéns ao casal Karen e Ricardo, por terem oficializado no civil o que já existia na prática!

Na foto acima, encontro lá em casa, com o casal ainda esperando pelo filho Gabriel

Abraços!

Educação de Banco Central

Vi um cartaz na faculdade hoje e achei interessante a proposta: os Feds regionais promovem, uma vez por ano, um concurso para estudantes de graduação onde estes, em última instância, simulam uma reunião completa do FOMC (o Copom deles). Os estudantes devem montar uma apresentação com uma exposição clara sobre a conjuntura do país, estabelecer os principais problemas e, por fim, dizer qual deve ser a trajetória dos juros que o Fed deveria escolher como consequência dos problemas apontados.

No Brasil, acho que o máximo que chegamos a ter foi o Concurso de Monografias, de 2003, e as ações do "BC e Universidade", onde funcionários do Banco dão palestras sobre as principais funções de um Banco Central.

Imagino o dia em que chegaremos a ter uma promoção como esta, e... Não, na verdade, eu não imagino o dia em que chegaremos a ter algo neste sentido: do jeito que estão as universidades no país, vai aparecer uma meia dúzia de bobo-alegres, erguendo cartazes contra a privatização da Vale, dizendo que o BC dá dinheiro para os banqueiros, e apresentando, por fim, o trabalho como se fosse um jogral (alguém se lembra do significado disto, ou já ouviu esta palavra na vida? Quem conhece, sabe exatamente o que eu estou falando). Tudo para, no fim, dizerem que o resultado foi manipulado para dar o prêmio para alguma das grandes universidades em economia que fosse alinhada com o pensamento neo-liberal privatizante. No limite, chegaríamos a uma CPI... Deixa para lá.

Abraços!

setembro 17, 2007

Pesquisa no Ar!!!

Novidade no blog: pesquisa no ar. Depois de um ano de experiência por aqui, ainda não me acostumei com a possibilidade de ver um furacão passando junto da minha orelha. Ajude-me a decidir o que fazer diante de tamanha possibiidade.

Um abraço!

setembro 16, 2007

Mudanças no Segundo Ano

Ainda não tive tempo de comentar com mais calma sobre como está o segundo ano do doutorado, apesar de já ter reclamado da carga de aulas. Continuo sem tempo para fazer comentários mais elaborados, mas dá para mostrar aqui uma das GRANDES, IMENSAS vantagens de não ser mais do primeiro ano (além de não ter mais o qualy, óbvio): com vocês, minha sala na faculdade!!! Notem, ampliando a foto, o detalhe do meu nome junto com o dos colegas que dividem a sala comigo.


Tudo bem, não dá para dizer que é uma sala gigantesca, nem que a mesa é muito grande, ou que é muito ventilada (na verdade, é um cubículo sem janela que divido com três colegas). De toda forma: 1) a cadeira da minha mesa é muito boa; 2) é um lugar onde posso deixar os livros sem ter que ficar trazendo muita coisa para casa; 3) dá até para deixar o computador por lá; e, 4) é um lugar onde dá para ficar isolado do resto dos colegas, bastando fechar a porta (no "grad lounge", onde o povo do mestrado e do primeiro ano do doutorado briga por um espaço todo o santo dia, tinha sempre a distração de gente entrando e saindo da sala).


Abraços!

setembro 14, 2007

Pergunta ao doutor Renan

Era uma vez um senador americano que foi pego no banheiro de um aeroporto assediando um outro rapaz. Este senador, do Idaho - sexto estado mais pobre do país - renunciou ao cargo, ainda que esteja negando a acusação. Uma frase, no seu discurso de renúncia me chamou a atenção:

“The people of Idaho deserve a senator who can devote 100 percent of his time and effort to the critical issues of our state and of our nation.”

Pergunta ao doutor Renan Calheiros: Alagoas não merece um senador que devote 100% do seu tempo e esforço aos problemas críticos do seu estado e do seu país? O Brasil não merece um Presidente do Senado que devote 100% do seu tempo e esforço aos problemas críticos do seu país?

A votação de quarta-feira foi uma piada macabra.

Abraços!

setembro 12, 2007

Por que ele chegou onde chegou?

Muita gente ainda se pergunta como pode uma pessoa sem qualificação técnica ou preparo intelectual chegar onde Lula chegou. Vou tentar rabiscar uma resposta aqui, aproveitando como exemplo o patético de comportamento do Congresso Nacional e das oposições na absolvição de Renan Calheiros.

O presidente atual, por mais incrível que isto possa parecer, não é uma pessoa dotada de pouca inteligência. Ao contrário do que se costuma associar, inteligência não é uma virtude criada a partir da leitura de livros, ou do tempo dentro de uma escola – o máximo que livros e horas de estudo fazem é aprimorar o material já existente. Nesta perspectiva, Lula pode, naturalmente, ter chegado onde chegou: horas de estudo não é pre-condição para o cargo de Presidente da República. Por outro lado, nenhum ignorante em política, por maior que seja o título acadêmico, é capaz de ser eleito para cargo de tamanha relevância.

Onde eu quero chegar com isto? Vou citar exemplos da trajetória do presidente durante as eleições e no governo para mostrar a existência de um "padrão Lula" nas atividades políticas que justifica a sua popularidade atual.

Lembram da propaganda na campanha, quando ele aparecia em meio ao comitê do PT, cercado de técnicos, dando a clara idéia que ele tinha assessores muito capazes e com propostas sérias para todos os problemas do país? Pois bem: quantos daqueles assessores ainda continuam no governo? Qual era o objetivo de mostrar aquele bando de gente (todos do PT) trabalhando? Basicamente dois: a) mostrar à classe média e alta, que é quem decide eleição no país, que Lula poderia não ser bem preparado, mas tinha um bom suporte ao seu redor; e, b) mostrar ao pessoal do PT que, em última instância, mesmo estando em uma coligação, o governo seria um governo "do PT".

Pois bem. Passados todos os escândalos, quantos daqueles "técnicos preparados" continuam por ali? Se tirar alguns da Fazenda, Casa Civil e alguns poucos ministérios de menor relevância, não sobra nada. O que houve? Lula "se enganou" a respeito da competência do partido? Não. Lula, como faz com todos, usou o partido para chegar onde chegou. Quem saiu da (sua) linha, foi triturado.

Na política econômica, lembram quando Lula deixava recados que "estava descontente com as taxas de juros"? Cheguei a falar disto em outro post, onde tratava da relação entre jornalistas e políticos em Brasília. Pois não é que a imprensa (e parte do PT) ficou absolutamente estarrecida quando descobriu que foi Lula quem forçou uma meta de inflação mais baixa, ainda que a custos de juros mais altos? A técnica aqui se aplica de novo. Lula faz o que considera correto. Se for algo que desagrada ao PT, manda recados, dizendo que não gosta do que está sendo feito. Mas para o público externo, fica a imagem do timoneiro que adotou as medidas duras para garantir o crescimento do país.

Mais exemplos da técnica? Onde está José Dirceu? Reapareceu, agora, em função do julgamento do Mensalão. Mas, fora disto, é um blogueiro de excelentes contatos. E só. Quando Dirceu foi flagrado no caso Waldomiro, Lula fez que não ouviu. Quando Dirceu foi pilhado no escândalo do Mensalão, Lula adotou a posição mais dúbia possível: ficou quieto, aceitou uma carta de demissão, deixou o seu partido ser triturado; quando a maré baixou, afirmou que "os companheiros devem ser perdoados pelos seus erros", mas, quando pressionado, afirmou, publicamente, que demitiu todos os envolvidos no escândalo. Ou seja, saiu bem com todos: para o PT, ofereceu o perdão; para o público, "demitiu" a todos que "o traíram".

Outro caso relevante: Palocci. Uma surpresa na área econômica, ministro de projeção que sustentava todas as brigas contra o próprio partido – afinal, o governo tinha que ser "do PT", como dizia a propaganda, não? – Palocci foi pilhado no escândalo do caseiro. O que fez Lula? Mais uma vez, ficou quieto, cercou-se de todas as certezas que a economia não iria ser afetada, para daí aceitar a carta de demissão do então ministro. Para o público interno (o PT), mais um "perdão pelos erros"; para o público externo, a "demissão" de quem faltou com o decoro.

Também serve de exemplo o acidente com o avião da TAM. Onde estava Lula na hora do acidente? Ninguém sabe, ninguém viu. Qual foi a ação política do Presidente nesta hora? Demitiu um ministro (que não era do PT, diga-se) e encontrou alguém deslumbrado com a vitrine que o cargo da Defesa daria (Jobim). Lula mexeu em alguém ligado ao partido? Não. Zuanazzi (indicado por Dilma) ainda está na ANAC; a diretora indicada por Dirceu pediu demissão (como o chefe, não foi exonerada). Mais uma vez, a técnica: para o "partidão", o perdão pelos erros; para o povão, o "rigor do líder". O ônus da reorganização do setor (se é que será reorganizado) ficará todo nas costas do novo ministro deslumbrado.

E Renan com isto?

Aí o leitor que ainda não me largou - como todos sabem, este blog tem oito leitores, sendo que apenas dois deles lêem tudo até o final - vai estar perguntando: e o que o Renan tem a ver com toda esta história?

Renan foi absolvido por seis votos. Quem está comemorando com isto, além de Renan? Sarney, grande aliado do atual Presidente, sinalizou com todos os seus votos pró-Renan. Relatos chegam dizendo que Mercadante e Ideli Salvatti fizeram discursos em plenário em favor de Renan. Por que toda esta mobilização dos aliados para salva-lo? Respondo com outra pergunta: para que Lula precisa do Senado neste ano, que nem é ano eleitoral ainda? Que coincidência: não é que está para ser votada a prorrogação da CPMF? E não é que Lula não conseguirá aprovar o imposto sem o apoio do PMDB, uma das maiores bancadas do Senado? Que coisa, não?

Fica a previsão, para encerrar o texto. Renan fica até a CPMF ser aprovada. Depois disto, vai aparecer um novo escândalo, e as "forças populares", capitaneadas pela máquina do PT, vão invadir o Congresso exigindo que o Presidente do Senado seja deposto. Depois de Renan ser cassado, Lula virá a público, alegre e faceiro, dizendo que "nunca neste país tanta gente com tanto poder foi investigada". E a oposição, ao invés de denunciar a manobra desde já, como deveria ter feito repetidas vezes nos outros escândalos (lembram da tese corrente, durante o Mensalão, de "deixar o Lula agonizar para ganhar dele nas eleições"? Pois é...), vai ficar com cara de otária, vendo Lula aparecer para o povão como o salvador da moralidade brasileira.

Que tristeza.

Abraços!

P.S.: não acredito na tese de que o PT votou para absolver Renan porque estava com medo do que ele poderia fazer se condenado. Muitos outros, e em piores situações, poderiam já ter colocado a boca no trombone e não fizeram. Para mim, o que existe é método: Lula tem o seu método de fazer política, e está dando certo. Renan já está condenado, podem apostar. O que vai fazê-lo ficar mais ou menos tempo no cargo é a demora na aprovação da CPMF. E só.