março 31, 2007

Verão Promete...

Em junho, duas ótimas pedidas para quem ficar por Durham:
  1. Para quem curte economia, vale lembrar que estão abertas as inscrições para o Encontro Norte-Americano da Econometric Society. Quem vai estar por aqui, já confirmado? Mark Watson e Chris Sims (Princeton), Lars Hansen (Chicago), Fabio Canova (Pompeu Fabra - Espanha), Christopher Pissarides (LSE), Frederic Mishkin (Federal Reserve Board), além, lógico, dos anfitriões: Tim Bollerslev, George Tauchen, Martin Uribe, Juan Rubio-Ramirez, entre muitos outros.
  2. Para quem curte boa música ("boa", não! "Excelente", para dizer o mínimo), foi anunciada a nova turnê do Rush. Disco novo, os velhinhos pegam a estrada. E o que é melhor, um dos shows será em Raleigh, em um pavilhão que fica a 34 milhas de casa (siga o mapa da figura).


Para mim, que gosto das duas opções, acho que o verão tem tudo para ser legal por aqui.

Abraços!

março 25, 2007

De Novo, a Imprensa e o BC

Pelo visto, a imprensa do partidão e congêneres descobriram as reuniões de mercado, que o BC organiza a cada trimestre com representes do mercado financeiro para discutir conjuntura. Que coisa! Vamos aos fatos, então.

Em primeiro lugar, a reunião dos diretores do BC com o mercado é tão "secreta" que já foi noticiada algumas vezes na imprensa (exemplo aqui). Ou seja, a única versão possível para a palavra "secreta" que a matéria pode dar é no sentido de "fechada", "privativa".

Se o sentido que a matéria quis dar foi este, então, em segundo lugar, devo dizer que concordo com alguns pontos do que está ali. Já escrevi aqui que considero a relação institucional do Banco Central com os demais órgãos da República um pouco frágil, acabando por confundir muitas vezes o que é objetivo do BC daquilo que seja uma atribuição do governo em turno. Agora, daí a termos "um escândalo", são outros quinhentos: passar informações "privilegiadas" para 80 (!!!) pessoas, distribuídas ao longo de dois dias, ainda mais em um mercado de capitais que, globalmente, é pequeno como o brasileiro, é quase a mesma coisa que um anúncio público.

"Ah, mas os bancos ganham dinheiro com isto!" Que bom! Para quem tem dinheiro aplicado, saber que o banco está ganhando dinheiro é ótimo! Mas, sem ironias agora, da mesma forma que o mercado gosta de saber o que o BC pensa, também o BC ganha um panorama bem mais preciso a respeito do que o mercado acredita. O BC possui, sim, relatórios que mostram números coletados junto ao mercado, mas ter uma reunião onde se possa coletar impressões específicas a respeito das opiniões do mercado é uma ferramenta importante.

Só para comparar, o Banco da Inglaterra organiza encontros regulares com economistas de mercado para tratar, especificamente, de operações de câmbio, operações com a Libra Esterlina e operações com juros e empréstimos. Se procurarem as atas destas reuniões, vão encontrar nomes, por exemplo, de economistas do Barclay's, do J.P. Morgan, HSBC, Deutsche Bank. Infelizmente, mais uma vez, acho que o BC brasileiro peca por omissão: deveria chegar a público e dizer o que todo mundo sabe – fazemos as reuniões, que contaram com a presença de Fulano, do banco A, Beltrano, do banco B, Cicrano, do banco C...

Mais uma vez, o BC tem a chance de dar um passo sério no sentido de responder a seus críticos. Infelizmente, acho que mais uma vez não vai acontecer nada.

Abraços!

março 24, 2007

Operando no Mercado Financeiro

Direto das mesas de câmbio do Banco Central do Brasil... (brincadeira, Marcelo!)

Abraços!

Reunião de Família

Tudo bem, foi no aeroporto, não deu nem tempo de dar uma volta para mostrar a cidade, mas rever o outro pedaço da família que resolveu se perder no mundo foi legal. Guilherme é meu primo, está em Des Moines (Drake University) estudando ciência da computação. Ele veio para NC treinar com a equipe de tênis da universidade, além de curtir um pouco o spring break.

Pena que as nossas férias não coincidiram: quando ele iniciou o período de férias, eu estava voltando para as aulas. Só deu tempo para tirar uma foto de aeroporto, mesmo.


Abraços!

Brain Damage/Eclipse

Em homenagem ao show que São Paulo vai testemunhar hoje (o Rio já viu ontem, e que Chris, Ricardo, Gio, Tita, Ernani e eu vimos na minha segunda casa – faltou alguém na lista? O Messala estava também?), parte de uma visão do lado obscuro da lua.

Brain Damage/Eclipse

Por Roger Waters

The lunatic is on the grass
The lunatic is on the grass
Remembering games and daisy chains and laughs
Got to keep the loonies on the path
The lunatic is in the hall
The lunatics are in my hall
The paper holds their folded faces to the floor
And every day the paper boy brings more
And if the dam breaks open many years too soon
And if there is no room upon the hill
And if your head explodes with dark forbodings too
I'll see you on the dark side of the moon

The lunatic is in my head
The lunatic is in my head
You raise the blade, you make the change
You re-arrange me 'till I'm sane
You lock the door
And throw away the key
There's someone in my head but it's not me.

And if the cloud bursts, thunder in your ear
You shout and no one seems to hear
And if the band you're in starts playing different tunes
I'll see you on the dark side of the moon

"I can't think of anything to say except...I think it's marvellous! HaHaHa!"

All that you touch
All that you see
All that you taste
All that you feel
All that you love
All that you hate
All you distrust
All that you save
All that you give
All that you deal
All that you buy, beg, borrow or steal
All you create
All you destroy
All that you do
All that you say
All that you eat, everyone you meet
All that you slight, everyone you fight
All that is now
All that is gone
All that's to comeand, everything under the sun is in tune
But the sun is eclipsed by the moon.

Abraços!

março 19, 2007

Roteiro para o Caos dos Aeroportos

Para você que viaja bastante pelo Brasil, um roteiro sobre o que vai encontrar nos aeroportos:
  1. Depois de comprada a passagem e chegado no aeroporto, filas quilométricas, já que nenhuma companhia aérea possui funcionários suficientes no balcão para atender.
  2. Feito o check-in, vai passar em frente de algum protesto de funcionários ou da Varig (reclamando das demissões em massa), ou da Infraero (reclamando das condições de trabalho no balcão), ou da TAM (com funcionárias ameaçadas de levar uns tapas se não voltarem para o balcão). Desespere-se se o protesto for do pessoal da torre de controle, DAC e afins, porque aí existe a certeza de que o vôo não sai.
  3. Fila adicional: depois do check-in, a do cafezinho, já que tem o povo que está parado no aeroporto mais de seis horas, e ao invés de solicitar apenas o cafezinho, quer fazer as três refeições que faltaram de uma vez só.
  4. E mais uma fila, já que ninguém é de ferro: depois de chamado para a sala de embarque e colocado dentro do avião, aguarde pacientemente a decolagem, já que outros tantos estarão parados à sua frente.

Ah, e não esqueça: no meio do caos, você pode ter certeza que o Presidente determinará apuração imediata do caos aéreo. Não acontecerá mais nada depois da apuração, mas ele vai querer saber de tudo... E não vai aparecer nenhuma matéria depois, dizendo que ele ficou "profundamente irritado" com a situação dos aeroportos.

Abraços!

P.S.: Ao menos a última confusão nos aeroportos serviu para alguma coisa...

O Pobrema é os Americano!!!

Excelente o texto de Fernando Canzian publicado na Folha On-Line de hoje.

Abraços!

março 17, 2007

Recomendo

Para quem tiver a oportunidade de ler, recomendo fortemente a coluna de Roberto Pompeu de Toledo, na Veja desta semana. Um pequeno trecho:

Zé Roberto, durante um recente programa do canal SporTV, disse que estava indeciso entre ficar e ir embora, uma vez encerrado seu contrato de um ano com o Santos, em julho. Ele tem propostas da Europa. Perguntaram-lhe, no programa, se os salários pagos no Brasil a um jogador de primeira linha, como ele, não são capazes de lhe garantir a independência financeira. Ele disse que sim. Subentende-se que esse lado, no seu caso, não é o decisivo. A conversa mudou de rumo e Zé Roberto, que é inteligente e tão elegante fora quanto dentro de campo, abriu uma fresta para o que se passa em seu íntimo. Afirmou-se chocado com o Brasil que reencontrou – a violência, os crimes. Confessou-se inconformado com o fato de não poder usufruir no Brasil – "no meu país!" – aquilo que amealhou com seu talento e dedicação. Perguntaram-lhe se isso vai pesar na sua decisão. Respondeu que sim. Ficou a impressão de que será o que mais vai pesar.

Outro dia, estava conversando com a minha mãe e, de passagem, ela disse que apenas as notícias ruins do Brasil chegam por aqui. O que a coluna mostra é que, na verdade, quem está aí, no Brasil, é conivente demais com a situação de insegurança geral do país: a notícia não é distorcida; é a reação à notícia que está errada.

Abraços!

março 16, 2007

Spring Break - Dia 6 - Lendo (e Entendendo) os Jornais

Aproveitando o dia de chuva por aqui, resolvi ler as notícias dos últimos dias no país. Diante de uma nota na Folha OnLine a respeito do livro do ex-Ministro, atual deputado federal, Antônio Palocci, resolvi organizar umas idéias por aqui. Como eu pretendo falar de economia, mais especificamente de jornalismo econômico, este post deve ficar grande. Mas, se você tiver interesse e quiser entender um pouco sobre como funciona a produção de notícias em Brasília, fique atento.

O valoroso jornalista Kennedy Alencar tem uma coluna nos finais de semana na Folha OnLine, além de escrever regularmente naquele jornal, a respeito de notícias de bastidores do Palácio do Planalto. Quase toda a semana ele trata de temas que circulam nos corredores, muitas vezes dando voz às "opiniões do Presidente Lula". Em quase 90% das suas publicações aparecem frases descrevendo como "o Presidente está profundamente irritado" com alguma coisa, ou está "decepcionado" com outro fato, ou ainda que ele "exigiu" que seus assessores parassem de discutir algum tema. O fato do Presidente não ser ouvido em quase a totalidade de seus pedidos mereceria um comentário em separado, mas a impressão que fica, para quem lê o noticiário político/econômico com frequência, é que o jornalista usa deste recurso para passar a impressão ao leitor que ele, de fato, está muito bem informado sobre o assunto. Algum tempo atrás, o Elio Gaspari já tinha chamado atenção para o uso indiscriminado deste recurso nos tempos de Governo Lula.

Pois bem, a nota publicada me lembrou de uma série de notícias publicadas entre 2004 e 2005 a respeito do descontentamento de Lula com o Banco Central. O pano de fundo, para quem não lembra, era o seguinte: a inflação estava girando na casa dos 6% ao ano, com tendência de queda forte; o Banco Central estava terminando um processo de alta dos juros, coisa que parte do governo (a ala "desenvolvimentista", como sempre) já vinha pressionando; com os sinais de que a economia não iria crescer muito naquele ano, o Presidente estaria cobrando severamente o então Ministro da Fazenda e o Banco Central uma maior queda nos juros.

Agora, vem a público a revelação que o Presidente, pessoalmente, determinou que a meta de inflação para aquele ano fosse de 4,5%, depois de convencido que 4% (a vontade dele) seria um objetivo muito ambicioso. Mais do que isto, a equipe econômica trabalhava com um número em torno de 5% para a meta de 2005. Lula teria sido, na visão do ex-Ministro, "mais conservador que a sua própria equipe econômica". Que bela notícia, hein?! Vamos recapitular o que foi publicado naquele período a respeito das opiniões do Presidente:

Em 20/04/2004:


Apesar de reiteradas declarações de apoio ao ministro Antonio Palocci Filho (Fazenda) na área fiscal, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva já deixou claro a ele que deseja mudar a meta de inflação de 2005. Pela meta do ano que vem, o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) poderia chegar a 4,5%. Lula quer que ela possa ser alterada para até 5,5% ao ano --a meta de 2004.

Em 20/05/2004:


Apesar de ter sido avisado que o Copom poderia manter a taxa Selic em 16% ao ano devido à combinação de vários fatores negativos externos e internos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva demonstrou decepção a interlocutores quando soube da decisão do Comitê de Política Monetária. "Erro grave" foi a expressão usada no Palácio do Planalto, segundo apurou a Folha.

Em 22/01/2005:


Para Lula, há um conservadorismo exagerado no órgão. Ele teme que isso prejudique o crescimento do PIB em 2005. Ao alterar a composição do BC, Lula deseja arejar a discussão e amenizar o suposto conservadorismo.
Meirelles alegou que, para cumprir a meta de inflação deste ano, é preciso elevar os juros. Lula gostaria que o BC trabalhasse dentro da margem de tolerância de 2,5 pontos percentuais para cima ou para baixo, o que limita o teto da meta a 7% ao ano. Meirelles disse que já abandonou o centro da meta (4,5%) e que mira em 5,1% para a inflação não disparar. (...)
A contrariedade de Lula cresceu nesta semana porque, no final do ano passado, Palocci e Meirelles disseram a ele que chegara ao fim o atual processo de alta dos juros. Lula deu a notícia em jantar com senadores do PT, o que desagradou aos membros do Copom, levando-os a mostrar novamente sua independência.

O que deu errado? Se o Presidente sabia dos efeitos de escolher uma meta de inflação mais baixa (menos crescimento e mais juros no curto prazo), por que ele "ficava irritado" com as decisões do Banco Central? Vamos listar algumas hipóteses:

  1. Lula não entende nada de economia, não tinha a menor noção do que tinha solicitado em 2004 (algo como a frase do Vice-Presidente José de Alencar na matéria inicial, dizendo "se dependesse dele, a inflação seria zero") e queria voltar atrás na sua decisão sobre a meta. Foi impedido porque o mercado interpretaria a decisão como fraqueza do Ministro da Fazenda e do BC.
  2. Lula tinha conhecimento de todos os efeitos, mas como precisava "jogar para o seu público", partiu para a tática mensalônica do "Eu não sabia, fui enganado".
  3. Lula sabia dos efeitos da decisão, mas seus assessores próximos, ligados a correntes alternativas do PT, faziam questão de ligar para a imprensa afirmando que o chefe estava descontente. Tudo para minar o poder da Fazenda e do BC.

A primeira hipótese pode ser descartada de saída: Lula entendia, sim, os efeitos da sua decisão. Mais do que isto, ele parece saber exatamente quais são as limitações de um Banco Central no controle de preços da economia. Duvida? Então por que ele afirmava, em abril de 2005, que "não foi o Banco Central que determinou [a meta de inflação], foi o governo"? Mais do que isto, por que ele afirmaria, na mesma matéria, que "para buscar a meta de inflação, o BC só tem o mecanismo de aumento das taxas de juros"? Ele sabia, sim, do que está falando, e estava informado, na época, sobre os efeitos da sua escolha da meta. (Interessante, nesta matéria do link, é que a manchete dá claramente a entender que Lula estaria criticando o uso dos juros para conter a inflação, mas o importante na matéria, como em muitas que circulam por aí, são as entrelinhas...)

Vamos para a segunda hipótese: Lula joga para a platéia, "estimula o debate entre as tendências" (credo, como eu odeio quando usam esta expressão!), e diz o que passa pela cabeça de acordo com a conveniência. Ainda que isto seja verdade, se o Presidente estivesse tão descontente como noticiado, por que ele não demitiu o Presidente do Banco Central? Ou melhor, por que ele não colocou claramente ao Presidente do Banco Central que estava descontente com a diretoria e que, se ele tivesse amor ao cargo, deveria trocar alguns diretores? Dado que todos os palcos por onde Lula desfilou o seu discurso estavam (e ainda estão) contra o Banco Central, se ele "foi enganado", poderia facilmente desfazer o seu erro.

Por fim, a última hipótese, e que eu considero a mais verdadeira. Jornalistas "do Planalto" não possuem acesso direto ao Presidente: falam com assessores, secretários, porta-vozes, puxa-sacos, empregados do Palácio, ... tudo para saber "como anda o humor do chefe". Ficam escrevendo picuínhas sobre o dia-a-dia do Palácio, falando do filme que o Presidente assisitiu na última noite, como se isto fosse um sinal de pessoa com acesso à boa informação. Agora coloque-se no lugar dos assessores. O que eles ganham passando estas informações para jornalistas? Ganham muito: 1) ganham um canal direto com a imprensa para limpar a barra em situações de crise - "se eu dei a informação sobre o filme que o Presidente assistiu, agora você publica que o Presidente não sabia nada sobre o mensalão, e que ele está muito chateado com a situação, ok?" 2) ganham uma fonte importante para antecipar o que vai sair nos veículos de comunicação alguns dias à frente; 3) ganham um painel para expressar os seus pontos de vista diante dos seus pares: usa-se a imprensa, através de uma suposta opinião da Presidência, para evidenciar as suas idéias a respeito da condução do governo.

Da próxima vez que alguém disser que "o Presidente está descontente" com alguma coisa, para descobrir se a informação tem fundamento, faça a seguinte pergunta: se ele está descontente, então por que não mudou? A resposta é o indicador fundamental sobre a veracidade da notícia.

Um abraço!

março 15, 2007

Spring Break - Dia 5

Overdose:

– Basquete na TV ontem à tarde: início do campeonato nacional universitário masculino.

– Basquete na TV ontem à noite: NBA, Suns vs. Mavericks, um dos melhores jogos que eu já vi na vida. Duas prorrogações construídas a partir de arremessos de três pontos que pareciam impossíveis; Leandro Barbosa quase ganhando a partida no último arremesso na primeira prorrogação; Mark Cuban, dono do Mavericks, quase invadindo a quadra para bater nos juízes ao final do jogo. Um barato!

– Basquete hoje à tarde: jogo com os colegas que ficaram na cidade no ginásio da universidade. Três contra três, e todos contra a bola, coitada.

– Basquete na TV hoje à noite: Duke estreando no nacional. A tendência é que não vá muito longe. Pode ser que passe da primeira rodada, mas entre a segunda e a terceira já deve dar adeus ao campeonato. O time é muito novo, e os mais velhos não são jogadores que se projetam como destaque quando forem para a NBA. De toda forma, vale a torcida.

Abraços!

março 12, 2007

Onde Estão os Direitos Humanos?

Natalie Fernandez, 15 anos, pediu para parentes passarem um trote para a polícia de Durham dizendo que foi sequestrada – tudo para ficar um tempo com o namorado. Agora ela tem a foto exposta em um monte de sites sem estar com o rosto encoberto, sendo processada por obstrução à justiça e ainda, vejam só, corre o risco de ir para a cadeia!!! Onde estão os direitos humanos?!?!?! Ela nem arrastou uma criança até esta ter a cabeça dilacerada ao longo do caminho? Como é que estes americanos liberais-bobos-retrógrados querem educar suas crianças? Dizendo que não se deve desrespeitar as leis? E a liberdade que as crianças devem ter de descobrir o mundo?

E o que é pior: a discussão agora é o custo que este tipo de trote pode causar para a sociedade! Ou seja, ao invés de pensar no bem-estar da menina, estes comedores de hambuger só querem saber quanto custou a brincadeira da menina!

Que coisa! Deve ser horrível morar em país tão bárbaro e atrasado.

Abraços!

Perigoso

Proibido para Menores

Depois do "ponto G na Rodada de Doha", esta é de matar: tomam 40% do que ganhamos em imposto para indicar a sacanagem que podemos ver pela internet!!! Estou escrevendo isto uma hora depois de publicada a nota e a página continua no ar, nos links do governo. Lamentável.

Abraços!

P.S.1: Atualização: o link correto da tal da ONG é http://www.transasdocorpo.org.br/.

março 11, 2007

Spring Break - Dia 1

Primeiro dia do Spring Break - semana de férias no meio do semestre, para dar um descanso logo após as provas de meio de curso. Aproveitamos o domingo de sol e temperatura amena para passear no parque da universidade. Na verdade, o Sarah P. Duke Gardens é, como o nome diz, um jardim que o pessoal usa para descansar um pouco e aproveitar o final de semaana.

O jardim tem diversos espaços, dedicados a diferentes tipos de vegetação (um espaço só para rosas - que ainda não floriram, como a foto abaixo mostra - outro com vegetação natural, outro com plantas ornamentais, e assim por diante), além do campo gramado para o pessoal deitar e descansar.


Foi um bom dia para passear, caminhar, aproveitar o sol que não foi visto nos últimos dias, sentar no banco da praça só para ver a vida passar, ainda que por poucas horas. Um descanso merecido.

Abraços!

março 08, 2007

Latin America Trip? For Vacation???

Parei agora para dar uma olhada no noticiário geral e pude notar um tremendo descompasso entre a importância dada para a viagem do presidente americano ao país: enquanto os sites daqui apenas dão uma manchete padronizada sobre a viagem "para a América Latina", os jornais brasileiros parecem que enlouqueceram, destacando notas sobre o trajeto da comitiva, estrutura de segurança, comida que ele levou daqui, cor da cueca que ele vai vestir quando encontrar com o Lula...

De fato, tentando observar o fato mais friamente, a pessoa que está desembarcando no Brasil, ache-se isto bom ou ruim, seja ela brilhante ou completamente imbecil, é a autoridade mais importante do planeta na atualidade, e isto demanda uma estrutura compatível com o cargo. Ficar com raiva porque "a barraca de cachorro-quente teve que ser retirada" é algo tão provinciano e pequeno que acaba apenas por desmerecer o país. Entretanto, será possível imaginar a repercussão se algo der errado?

Convenhamos: o cara está pendurado de problemas diversos, que vão desde o Iraque e terminam com o caso de corrupção de um assessor do vice-presidente. Ele não vai para a viagem buscando fechar acordos mirabolantes de uma vez por todas sobre a cana-de-açúcar, não vai tentar destituir o Chavez com uma canetada, nem vai tentar ocupar o Uruguai com a venda de seus carros e computadores: ele está fazendo esta viagem para mostrar, aqui dentro, que ele se ocupa das funções designadas para um presidente dos Estados Unidos. Por causa disto, acho que seria de bom tom uma recepção decente, ao invés de faixas em frente ao Congresso Nacional (e os deputados que não são contra a visita, podem estender faixas?), protestos inúteis misturando Dia Internacional da Mulher com o "Fora Bush, FMI e jiló".

Como disse um colega meu, muito antes de saber da visita do seu presidente ao continente: "não gosto do Bush, mas eu ficaria muito irritado se algo acontecesse com ele em uma destas viagems. Afinal de contas, estarão atingindo o presidente do meu país".

Um abraço!

março 02, 2007

Exaustão

Não paro em pé, tal como papel fico caído, jogado pelos cantos. Relógio toca, me recomponho, vamos de novo, mais um esforço. O corpo grita, chora, mas a cabeça tem que funcionar, planejar, pensar. Programar o hoje (supermercado, contas para pagar, cadernos para ler, anotações a serem feitas), programar para amanhã (convergência, por favor!!!), programar o futuro. Perguntas: vale à pena? Quanto custou? Ainda dá tempo? A resposta parece ser a mesma, sempre: não sei. Aulas, doses de café líquido brasileiro-precioso, evito o americano-frio-lixo. Notas, exercício. Exercito a mente, tento compensar com a manutenção do corpo, mas não dá tempo, tenho que voltar logo para os meus companheiros eternos. Os livros não me abandonam, me procuram. Já conheço todas as suas esquinas, os seus atalhos. Mas ainda falta conhecer a sua alma, a minha alma, a minha vontade. Acaba o dia, caio exausto.


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Abraços!

março 01, 2007

Piada de Economista: Produtividade Marginal do Trabalho

Parece que a história é verdadeira: um economista brilhante terminou o seu PhD e foi contratado para trabalhar na UPenn. Depois de alguns anos de produção excelente, foi convidado para trabalhar em Princeton. Passado um tempo em Princeton, e mantida a produção, o chefe do Departamento de Economia da UPenn começou uma negociação para trazer o brilhante professor de volta. Conversa vai, conversa vem, eles acertam os termos de um novo contrato.

Primeira cerimônia dos professores da UPenn e o reitor da universidade está presente. No meio do jantar, o reitor resolve fazer um discurso a respeito dos progressos da universidade, e diz que "está muito feliz, já que o professor Fulano De Tal decidiu deixar Princeton para se juntar a nós, e isto demonstra a nossa capacidade acadêmica..." O novo professor, convidado a falar, responde seco:

"Dado que o reitor está feliz por ter me trazido de volta, só posso concluir que estou perdendo dinheiro, já que, depois de negociado o novo salário, ele deveria, no máximo, ser indiferente entre eu estar aqui ou na minha antiga universidade..."

Abraços!

P.S.: não adianta se esforçar: se você não for economista, não vai entender e/ou não vai achar graça na piada.

Pelotão, Sentido!

Um aspecto da vida americana que chama muito a atenção é a propaganda feita pelas forças armadas do país para recrutar gente. É de se imaginar que, em país que possua um bom nível de crescimento, as pessoas tendam a preferir empregos que não coloquem a sua vida em risco (especialmente com a possibilidade de ser mandado para lugares como o Iraque, Afeganistão e afins). Desta forma, para manter a atratividade, as forças armadas fazem o possível e o impossível para atrair candidatos a oficiais.

Exemplos disto: dêem só uma olhada na produção dos sites da marinha, exército, guarda nacional e reservistas. A primeira coisa que me chamou a atenção foi o próprio endereço dos websites: ao invés do final ".gov" ou ".mil", o final é ".com", mesmo, como qualquer empresa privada disputando mão-de-obra no mercado. Os sites apelam para o status de ser um soldado das forças americanas, algo que, de fato, eles têm muito orgulho, e se propõem a oferecer explicações aos pais dos candidatos a respeito da carreira que o filho está pretendendo seguir.

As propagandas na televisão não ficam muito atrás. Selecionei algumas no YouTube (ver aqui, aqui e aqui), e todas procuram influenciar as pessoas de forma a fazer parte de uma organização respeitada no país inteiro. Também nas universidades as forças armadas incentivam com bolsas de estudo alunos que façam cadeiras relacionadas à estrutura militar e estratégias de guerra – em Duke, as cadeiras de graduação oferecidas neste semestre podem ser vistas aqui.

Não surpreende, desta forma, que, mesmo com a possibilidade de ser jogado em um buraco qualquer junto do Taliban, muita gente ainda procure se alistar nas forças armadas. Estava assistindo hoje ao David Letterman entrevistando o senador John McCain. No meio das perguntas a respeito do Iraque, David citou uma frase (não me recordo de quem) que eu acho que resume bem o sentimento do americano com relação às forças armadas:

"We don't like the war. We like the warriors."


Abraços!