julho 27, 2008

Comportamento de Massas: Economia e Política

De Alan Greenspan, no livro "The Age of Turbulence - Adventures in a New World", falando sobre o comportamento individual do consumidor em relação aos padrões de vida da sociedade:


"As the data show, we are all competitively sensitive to what our peers earn and spend. (...) Individuals are demonstrably happier and less stressed as their incomes rise with a rising national economy, and rich people, surveys show, are generally happier than those lower down the income scale. But human psychology being what it is, the initial euphoria of a higher standard of living soon wears off as the newly affluent adjust to their better status in life. (...) Any gain in human contentment is transitory."


Talvez o mais interessante aspecto destas observações, todas largamente conhecidas e documentadas na literatura econômica (o conhecido "keeping up with the Joneses"), venha justamente na nota de rodapé deste parágrafo:


"Fortunately, this psychology also works in reverse. Sharp financial adversity brings deep depression. But people not otherwise psychologically incapacitated rebound with time. Their smile returns."


O que, em última instância, se coloca como padrão individual é um comportamento "conformado", sem reação, do consumidor em relação aos choques eventualmente enfrentados: quanto maior o número de pessoas atingidas pelo choque, menor a contrariedade individual em relação ao evento. É possível que isto explique, por exemplo, a passividade individual diante de algumas tendências tristes na sociedade, como, por exemplo, o controle de traficantes de drogas em grandes regiões do Rio de Janeiro; a pouca reação contra o aumento contínuo da carga tributária no Brasil; a pequena manifestação contra a paralização completa do serviço público quando seus funcionários resolvem fazer greve; entre muitos outros.

Em todos os casos que listei, o que existe em comum? Um grupo de pessoas que permanece inerte diante da brutalidade de certos eventos. Parafraseando Greenspan, desta vez, infelizmente, por pior que sejam as depressões, os sorrisos das pessoas retornam.

Abraços!

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