abril 29, 2010

Eu Acho Engraçado...

... quando colunistas no Brasil tentam esticar para países desenvolvidos a mesma lógica "periferia-centro" ao tratar dos problemas dos PIGS. Eles não se dão conta que o problema é único: solvência das contas externas e/ou fiscais. Nenhum membro do "Deus-Mercado" passa por cima de alguém que tenha contas em ordem, seja da "periferia", seja do "centro". E o mais interessante do reducionismo: quando o problema é na "periferia", os mercados "massacram"; quando é no "centro", é "crise do capitalismo global". Ei, estamos em 2010, ok?

... quando colunistas que estão ocupando efetivas posições de poder reclamam que o seu trabalho é prejudicado por "quinta-colunas", "brasileiros de sotaque espiritual" e "países em desenvolvimento adesistas". Nunca passou pela cabeça que o problema pode estar na ação do colunista?! Dedicar uma coluna inteira para justificar nas costas dos outros a própria ineficiência é de doer! Ah, e ainda começa a coluna reclamando que "leitores estrangeiros" interferem na sua conversa com os brasileiros. Não posso fazer nada se colunistas têm problemas com os conterrâneos do Ulises, um dos meus oito leitores.

... quando empresários sem empresas questionam a competência dos outros.

... quando mais burocracia é necessária para corrigir erros e problemas de outra ponta da burocracia. É chocante, mas esta história fica para depois.

Abraços!

abril 26, 2010

Em uma Esquina de Durham

— Está terminando o doutorado em quê?

— Economia.

— Ah, que legal. Minha mãe é economista, dá aulas em uma universidade lá na Índia.

— Que bom, que legal. E tu nunca te interessou pelo assunto?

— Eu sempre achei muito estranha esta coisa de "oferta e demanda", pegar o comportamento individual e agregar para falar de um país inteiro... muito estranho para mim. Preferi estudar bioquímica.

— Ah, tá.

Pouco tempo depois:

— O carro que vocês estão vendendo está bom, possui boas condições de uso, mas eu vou gastar algum dinheiro fazendo reparos. Dá para negociar o preço que vocês postaram?

— Não, aquele é o preço final.

— Mas comprando o carro eu tenho que gastar mais um tanto para os reparos.

Resposta dada:

— Lamento: nós temos outras duas pessoas interessadas no carro, e ambas aceitaram pagar o preço final. Se não tivesse mais ninguém interessado, eu aceitaria negociar, mas não é o caso.

Respostas alternativas, que poderiam ter sido dadas:

— Ligue para a mamãe, e ela pode te explicar por que eu não estou baixando o preço.

— Estou apenas usando o meu conhecimento sobre "oferta e demanda". Ainda não entendeu? Mamãe, sim.

— Nota bem: eu fiz um exercício de maximização intertemporal restrito, resolvendo o problema das preferências individuais de vocês, possíveis compradores, e a minha oferta para chegar neste valor. Não entendeu?

Espero contribuições dos meus oito leitores para outras respostas que eu poderia ter dado para a possível compradora do nosso carro.

Abraços!

O Que Ele Anda Lendo???

Eu já escrevi aqui outras vezes do quão vazia se tornou, em termos metodológicos, a discussão entre "escolas de água salgada" (Princeton, MIT, Harvard, Berkley, entre outras) e "escolas de água doce" (Chicago e Minnesota, principalmente). Krugman quer recuperar o debate, argumentando sobre uma possível ignorância das "escolas de água doce" a respeito os modelos novos-keynesianos.

Na boa, eu não sei o que ele anda lendo, mas até onde eu saiba, este paper aqui foi escrito por um pessoal muito competente de Minnesota, e ainda não vi respostas específicas, só citações.

Abraços!

abril 19, 2010

Welcome to the Jungle

Os preparativos para o retorno ao Brasil me lembraram desta música.


"Welcome to the jungle
It gets worse here everyday
You learn to live like an animal
In the jungle where we play
If you got a hunger for what you see
You'll take it eventually
You can have anything you want
But you better not take it from me"



abril 12, 2010

Cookies e Café versus Pole Dancing

Pole dancing em Cambridge. Para relaxar durante os estudos. É. Assim mesmo. E o máximo que a universidade oferece aqui é café e cookies de graça na biblioteca central durante a semana de provas. Sensível diferença.

Abraços!

P.S.: H.T. Selva Brasilis

abril 09, 2010

Copa do Mundo pela ESPN

Tem algum tempo que eu estava querendo fazer este comentário, mas infelizmente faltava tempo. O comercial abaixo está passando todo o dia na ESPN, fazendo propaganda das transmissões de jogos da Copa do Mundo para os EUA.





Produção bonita, né? As imagens dos estádios, as celebrações dos gols,... tudo bem filmado. Agora, vamos avaliar o que exatamente existe do nobre esporte bretão no filme:

1) Aos 7 segundos, um gol de uma seleção africana (não consegui identificar qual) contra o Brasil;

2) Aos 10 segundos, um zagueiro de Portugal entrando com o pé no queixo de um jogador do time adversário;

3) Aos 12 segundos, um gol da Argentina (curioso, o editor parece gostar de gols feitos com chutes de longa distância);

4) Aos 13/14 segundos um zagueiro grosso até não poder mais (inglês?) espanando para trás uma bola do jeito que ela veio.

Ou seja, das quatro jogadas mostradas, duas são de uma falta de técnica absoluta. Eu não tenho nada contra, muito antes pelo contrário, se o zagueiro do meu time entra com a chuteira na cara de um atacante, mas não creio, e meus amigos publicitários podem falar disto melhor do que eu, que este seja o lance ideal para promover o esporte em um país que não é muito adepto da prática. Às vezes eu acho que estes lances aparecem para mostrar que o futebol também é um esporte viril (por aqui, soccer jogado por homens não é visto como um esporte sério, o que é fácil de entender quando a maior audiência esportiva está no football dos sábados e domingos). Mas ainda assim, listar quatro lances em um comercial e dois deles absolutamente toscos é de doer!

Abraços!

P.S.: notei que o vídeo ficou cortado no blog. Ele pode ser visto por aqui.

abril 02, 2010

That's It

E deu.


Abraços!

P.S.: Assinaturas do comitê obviamente escondidas